segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Filosoficamente o que pensa a respeito dessa frase do Khalil Gibran, do Livro "O Profeta"; "Aquele que define sua conduta apenas pela ética aprisiona seu canto de pássaro em uma gaiola."

Parece uma coisa vaga... da "profundidade" dos livros de Khalil Gibran. Mas é bonito de se recitar, embora não queira dizer nada de específico.

Mas, errr... FILOSOFICAMENTE??? O que a filosofia tem a ver com isso? Onde já viu filósofo trabalhar frase isolada fora de contexto? Ainda mais fora de contexto? Ainda mais de auto-ajuda? Falamos da mesma Filosofia, mãe das ciências, ou daquelas frasezinhas de biscoito da sorte que o senso-comum chamam de "filosofias"?

CONCEITUANDO: Ética em quem, cara pálida? Falamos da metafísica dos costumes e imperativo categórico kantiano, da responsabilidade sartriana, ou da visão neoplatônica de Agostinho? E que porra seria o meu "canto do pássaro" existencial que seria "aprisionado" caso eu fosse ético?

O que chama de conduta, e quais os seus limites? QUe ética ela deveria desconsiderar? E se os anti-éticos vão para a cadeia, qual seria essa gaiola reservada para prender os éticos? E, finalmente, a pergunta mais existencial de todas: Caranguejo tem ou não tem pescoço?

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

Qual seria o ideal, em formação acadêmica, para unir psicanálise e espiritualidade?

A formação de psicanálise pode ser cursada por quem tenha qualquer curso superior. Entretanto, se a intenção é unir com a espiritualidade, evidentemente as graduações na área de Filosofia e/ou Ciência das Religiões darão um maior embasamento. Sou favorável à formação em Filosofia para psicoterapeutas. Na realidade, antes dos anos 60, quando as faculdades de "psicologia" foram criadas, a psicologia costumava ser um stricto senso para filósofos, assim como a teologia. Historicamente, grande parte dos psicanalistas e demais estudantes da psiquê eram também médicos ou filósofos.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

Qual a maior contribuição do pequisador Waldo Vieira para os estudos da projeção consciente?

Waldo foi um grande compilador e projetor. As primeiras ediçoes de seu livro Azul são sensacionais. Também devemos a ele uma visão mais universalista e menos romântica do espiritismo. Waldo foi um dos primeiros ex-espíritas a demonstrar que é possível ser espiritualista, em moldes parecidos com o mlehor do paradigma espírita, sem contudo adotar os dogmas e crendices do espiritismo federativo cristão, em especial seus pensamentos neocatólicos. Waldo deixou também inúmeras técnicas documentadas, e influenciou DIRETAMENTE um grande número de escritores, palestrantes, pesquisadores e projetores espiritualistas, incluindo aí Wagner Borges e eu mesmo, que estudamos com Waldo nos anos 80.

Temos nossas naturais diferenças de abordagem, claro, e temos críticas à postura mais dogmática adotada por Waldo após a religião da conscienciologia mais radical e o suicídio de sua esposa, companheira fiel que lhe dava um equilíbrio e apoio a meu ver jamais reconquistado. Mas essa última fase mais senil (no sentido latino do termo comum a sênior e senado) não tira seu mérito como grande pesquisador pioneiro da projeção astral e discernimento espiritual no Brasil.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

O que pretende estar fazendo daqui a 5 anos?

Espero ter terminado um mestrado em psicologia clínica na PUC, com abordagem multidisciplinar. Se puder, com o Gilberto Safra ou alguém do mesmo núcleo winnicottiano e/ou junguiano. Talvez pensando no doutorado, talvez pensando em uma expansão mais comercial.

Espero estar dando algumas aulas de filosofia e/ou psicologia em universidades e em pelo menos uma boa escola particular de ensino médio - tenho uma questão ideológica em relação ao desenvolvimento do senso crítico em adolescentes. Não muitas aulas, penso eu. Mas quero deixar minha colaboração. Ser professor é um sacerdócio e uma missão.

Pretendo estar com a clínica de psicanálise bem cheia (ela tem ido bem). Em cinco anos, com a procura que venho tendo, espero ter um espaço meu, para consultas e cursos. Agregarei terapeutas (psicanalíticos e espiritualistas) com abordagem de discernimento próximas do que pratico e/ou do que fazemos na voadores e ippb. MInha idéia é dar supervisão clínica para eles, e trabalharmos em conjunto, um colegiado, com possibilidade de atendimento a diversas classes sociais.

Pretendo ter, nesse espaço, um ou dois grupos de estudos próprio, terapia de grupo (para podermos fazer um trabalho mais acessível), palestras abertas semanais (não só comigo) em temas de espiritualidade, filosofia e psicologia. E pelo menos um curso modular de formação de psicoterapeutas com abordagem parecida com a minha, voltado para terapeutas holísiticos e alternativos que gostariam de maior embasamento sem necessariamente fazer um curso formal de longo prazo, e/ou para psicólogos e psicanalistas que desejem dialogar melhor com a transcendência, e/ou para espiritualistas que desejem maior embasamento.

Espero ter uma maior visibilidade, para poder fazer o que quero como quero. Tenho algumas idéias.

Filhos e livros não estão descartados de meus projetos. Mas dependem do assentamento acadêmico, financeiro e prático para realizar os ítens mais solidamente cocriados - em especial o mestrado, as aulas e o instituto.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

domingo, 29 de agosto de 2010

Disserte sobre as raízes filosóficas que foram as genes ocultas de Freud.

hahahaahahahahahahahahahahahahahahahahaha Disserte? hahahaahahahahahahahahahahahahahahahahaha Genes? OCULTAS? hahahahahahahaahahahahahahahahahahahahahahahahaahahahahahahahahahahahahahahahahaha
(é cada uma, viu?)

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

O que vc acha da apometria?

É uma técnica interessante. Uma abordagem espiritualista alternativa, muito popular no Sul do país. Creio que com o radicalismo inquisitório e retrógrado das Federações Espíritas, é muito saudável - e inevitável - que pipoquem diversas opções espiritualistas não federadas.

Entretanto, tenho algumas ressalvas a algumas práticas e abusos cometidos no meio apométrico, sob desculpa de atuação de "sub-personalidades". Creio que isso não seja culpa da espiritualidade, nem da técnica, nem da boa vontade dos colaboradores; mas sim problemas humanos isolados que poderiam ocorrer em qualquer agrupamento humano. Apômetras, assim como espíritas ou psicanalistas, PRECISAM fazer terapia analítica séria. Vale para QUALQUER um que lide com atendimento público, pretensão de cura psíquica profunda - e, especialmente, com estados de transe.

Outra recomendação que faço é não dependerem demais de uma ou duas personalidades. Para se firmar, ela precisa ter característica própria e dinâmica, independente de nomes, assim como ocorreu na umbanda, espiritismo e demais linhas. Quando há dependência de um ou dois nomes, temos a multiplicação dos equívocos, animismos e psicopatologias pessoais a escalas doutrinárias. A história do movimento espiritualista e ocultista está repleta de contra-exemplos disso. Se a apometria se desvincular da personalidade de seus principais organizadores, tem tudo para ser mais uma das grandes escolas espiritualistas brasileiras, ajudando a renovar ou substituir o conservadorismo federativo. Caso contrário, será apenas mais uma excessão isolada e pitoresca, a exemplo do que ocorreu com a conscienciologia de Waldo ou com as várias comunidades alternativas de "mestres" e "ordens iniciáticas" do sul de Minas Gerais, que envelheceram com seus donos e patrões.


O que pretende estar fazendo daqui a 5 anos?

Espero ter terminado um mestrado em psicologia clínica na PUC, com abordagem multidisciplinar. Se puder, com o Gilberto Safra ou alguém do mesmo núcleo winnicottiano e/ou junguiano. Talvez pensando no doutorado, talvez pensando em uma expansão mais comercial.

Espero estar dando algumas aulas de filosofia e/ou psicologia em universidades e em pelo menos uma boa escola particular de ensino médio - tenho uma questão ideológica em relação ao desenvolvimento do senso crítico em adolescentes. Não muitas aulas, penso eu. Mas quero deixar minha colaboração. Ser professor é um sacerdócio e uma missão.

Pretendo estar com a clínica de psicanálise bem cheia (ela tem ido bem). Em cinco anos, com a procura que venho tendo, espero ter um espaço meu, para consultas e cursos. Agregarei terapeutas (psicanalíticos e espiritualistas) com abordagem de discernimento próximas do que pratico e/ou do que fazemos na voadores e ippb. MInha idéia é dar supervisão clínica para eles, e trabalharmos em conjunto, um colegiado, com possibilidade de atendimento a diversas classes sociais.

Pretendo ter, nesse espaço, um ou dois grupos de estudos próprio, terapia de grupo (para podermos fazer um trabalho mais acessível), palestras abertas semanais (não só comigo) em temas de espiritualidade, filosofia e psicologia. E pelo menos um curso modular de formação de psicoterapeutas com abordagem parecida com a minha, voltado para terapeutas holísiticos e alternativos que gostariam de maior embasamento sem necessariamente fazer um curso formal de longo prazo, e/ou para psicólogos e psicanalistas que desejem dialogar melhor com a transcendência, e/ou para espiritualistas que desejem maior embasamento.

Espero ter uma maior visibilidade, para poder fazer o que quero como quero. Tenho algumas idéias.

Filhos e livros não estão descartados de meus projetos. Mas dependem do assentamento acadêmico, financeiro e prático para realizar os ítens mais solidamente cocriados - em especial o mestrado, as aulas e o instituto.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

o importante é a questão ou a resposta?

Gosto mais das perguntas, sou professor de filosofia, ué. Tá cheio de gente por aí com "as respostas" finais, todas com "a verdade", e ao mesmo tempo contraditórias entre si.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

o ultimo cristão morreu na cruz?

Segundo Nietzsche, sim. Uma coisa posso garantir: O que chamamos hoje de "cristianismo" não tem nada a ver com aquele cristão, e se trata mais de um "paulinismo" sincrético reformatado pela igreja de Roma e Constantino a partir do ano 315. Podemos comparar o catolicismo com a umbanda da época: reuniu um pouco de quase tudo quanto era culto e rito disponível na época.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

Eu diria que o filme A Origem é o Matrix da psicanálise. Você concorda?

Não.

O filme Origem é até interessante, e permite algumas leituras simbólicas. Também tem seu mérito em popularizar mais a atenção a sonhos lúcidos. E introduz acertos inéditos em Hollywood, como a relatividade do tempo em níveis distintos de consciência alterada. Sei o que isso é na prática.

Mas ele é bem fraco em termos PSICANALÍTICOS e ONÍRICOS. Até mesmo o "Ilha do Medo", filme anterior do Leonardo di Caprio, seria melhor psicanaliticamente.

Um dos principais problemas do A ORIGEM é que ele trata o terreno dos sonhos como uma linguagem quase objetiva. Aparentemente, não possui muitos requintes simbólicos compatíveis com as funcões dos sonhos (arquétipos, deslocamento, condensação, simbolismos), como ocorre nos filmes SONHOS (Akira Kurosawa), A CELA, APANHADOR DE SONHOS (Stephen King) que são bem mais felizes em usar linguagem onírica o tempo todo.

Um dos poucos acertos é usar a imagem de um catavento para sugerir divisão. Isso parece mais com sonhos, um papel de contrato unido por um centro (mandala) porém fragmentado SUGERINDO uma divisão de um império financeiro. As imagens nos sonhos de verdade não são tão diretas quanto no filme, uma visão a la Hollywood. Possivelmente um segredo daqueles arrancados seria dito de forma criptografada, simbólica, exigindo um trabalho arquetípico (ou freudiano) de interpretação de sonhos por parte de Di Caprio, que precisaria ser quase um xamã ou psicanalista para exercer bem aquela função. Entretanto, no filme tudo se dá de modo (quase) direto, provavelmente para não exigir muita reflexão subjetiva e simbólica de um expectador hollywoodiano de thriller de ação.

A implementação do Limbo também deixou a desejar. Num nível tão profundo e atemporal, era de se esperar camadas bem mais simbólicas e metafóricas. Talvez até a presença de "deuses" ou outras materializações de formas arquetípicas ou "elementais". Entretanto, o diretor pareceu recriar um cenário dantesco, no estilo que já vimos em What Dreams May Come (Amor Além da Vida).

Esperamos que o A Origem 2 trabalhe camadas mais profundas. Por exemplo, tudo ficaria mais interessante se o peão não parar de girar, e se a Mal tiver mesmo razão - como eu acho que tenha. Se a Mal for a única lúcida ali, como eu penso que seja, então o filme estará salvo. Caso contrário, será mais um filme de ação com temática original, não mais que isso. Como alguém disse numa piada do twitter, o enredo fica tão simplista que toda a problemática do filme seria resolvida se simplesmente tivessem implantado no di Caprio a idéia de, ao contrário, embarcarem os filhotes dele num vôo para Paris... Dinheiro para isso nunca lhe faltou, né? Quero crer que não seja por acaso que a visão das crianças seja sempre a mesma, mesmo ângulo, mesmas cores, mesmo fundo do momento do "reencontro" real. Espero que não seja premonição, e sim um sonho que pôde continuar, enquanto a Mal não vem resgatar todos dali daquela maluquice de "invasores de sonhos" em um A ORIGEM 2.

Tenho pensamentos suicidas o tempo todo, se eu não tivesse familia já teria explodido minha cabeça a tempos, é sempre a mesma merda, por mais que me esforce... a vida é um lixo, e não tenho animo nem pra fazer coisas que me agradam, não sei até onde vou.

Que preocupante! Procure um médico; sem tratar a depressão, não dá para organizar o restante das idéias.

Quando alguém menciona "intenção suicida", aí é caso de intervenção imediata - deixamos a filosofia e ajuda clínica para depois. Procure um médico e relate exatamente isso, ele saberá o que fazer. Sou um psicanalista e por email anônimo, não tenho como medicar. Há também serviços de escuta telefônica 24hs por dia, para emergências que talvez não possamos tratar nem por aqui, nem por sessões apenas semanais.

Mas... Não vi a sua pergunta.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

vc acredita no ser humano?

Acredito.

Só não acredito em ET's: Eles mentem muito. Especialmente via canalização.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

Devemos incentivar crianças e jovens a fazer meditação? E terapia? Em ambos os casos, a partir de que idade? Existe contra-indicação?

Cada caso é um caso. Mas gosto muito de trabalhar com adolescentes e jovens adultos. Não vejo contraindicação, ao contrário: há grandes benefícios. Bom lembrar também que o cortéx cerebral não está completamente desenvolvido durante a adolescência, portanto é um equívoco considerá-los pequenos adultos ou achar que o parâmetro dos pais - tempo e cultura - servem para eles e ponto final. Adolescentes e jovens são seres independentes e ÚNICOS em si. E, geralmente, bastante filosóficos (adoro), questionadores... e, não raro, em crise. Não vejo contra-indicação em haver apoio especializado, SE necessário, ou SE todas as partes envolvidas concordarem. Afinal, psicoterapia não é punição...

Quanto às crianças, a princípio melhor deixá-las brincar, e educá-las bem. Mas psicopedagogia e psicanálise infantil estão aí para serem usadas, quando necessárias. Há diversas abordagens, algumas mais específicas para quadros ídem, e outras que podem ser usados de forma mais generalizada em benefício da educação.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

o homem é a medida de todas as coisas?

Para Protágoras e Heráclito, sim. E pra você?
http://pt.wikipedia.org/wiki/Prot%C3%A1goras_de_Abdera

Eu particularmente gosto do pensamento relativista e educativo dos sofistas, pais honorários da pedagogia e da antropologia, e penso que eles foram um dos maiores injustiçados da história da Filosofia, devido ao pensamento preconceituoso e absolutista de Sócrates e Platão - e, hoje em dia, dos advogados, que equivocadamente chamam de "sofismas" as suas (próprias) intervenções falaciosas.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

sábado, 14 de agosto de 2010

"Não é demonstração de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente" Lazaro, você concorda ?

Concordo com Krishnamurti, sim! Vivemos em uma sociedade, por definição, neurótica. Logo, aqui o "normal" é quem é neurótico também. E nem sempre normal é sinônimo de saudável, natural ou funcional.

Entretanto, a crítica à neurose da sociedade patológica não pode ser, por si só, mecanismo de defesa para proteger nossas próprias psicopatologias, se existentes. Vivemos aqui, e não em cavernas. É saudável haver um mínimo de normalidade e funcionalidade para com nosso meio, sem contudo perdermos essa boa capacidade de criticá-lo e transcendê-lo, após vivido e superado.

Ninguém "transcende" aquilo que nunca viveu, nem pode "abrir mão" daquilo que nunca conquistou. É preciso conhecer muito bem as regras para quebrá-las. Feita essa observação, concordo com a frase sim.

(Sociopsicanálise contemporânea e Escola de Frankfurt é meu tema de pesquisa, a partir do hedonismo filosófico em Epicuro X neohedonismo narcisista atual)

Você acha que a desconstrução moderna e pós-moderna vai relegar a espiritualidade ao universo da mera subjetividade?

Creio que não. Desde Kant, e principalmente após Hegel, há outras possibilidades para o espírito, inclusive na imanência. Se bem que, dependendo do filósofo, tudo é subjetividade, né?

Eu já "creio" que aquilo que é desconstruído no que chamam de "espiritualidade" é muito mais a camada mitológica e religiosa. Removidas as cascas, aquilo que chamo de "espiritualidade" permanece. Se prefere uma leitura kantiana, digamos que o transcendente estará lá, só descontruímos fenômenos, não o númeno, o "incognoscível". Se pensarmos mais como Hegel, sujeito e objeto se fundem, o conhecimento é o próprio ser, e então não faz sentido dizer que, por estar imanente, a espiritualidade foi desconstruída.

Por isso, SEMPRE há este temor de que "os novos tempos" acabarão com a "espiritualidade". Ocorreu isso nos tempos do surgimento da filosofia, que perverteria os bons valores religiosos da antiga Grécia. Ocorreu quando Jesus, aquele subversivo, dava outro cumprimento mais lógico para a Lei Mosaica. Ocorreu quando o Renascimento e Humanismo puseram fim ao período medieval, e a ciência passava a explicar as leis naturais. Ocorreu novamente com Marx, Darwin, Freud e Nietzsche, cada um deles "destruindo" uma visão de "Deus" que havia até então. Ocorreu quando fósseis de dinossauros colocam as datações bíblicas no ridículo mitológico que sempre lhe coube.

Entretanto, embora os "religiosos" sempre alardem, em cada momento desses, o surgimento de um tempo "sem Deus", uma apocalíptica "desconstrução total e final" da tal "espiritualidade", na verdade isso nunca ocorre. Cairiamos, num outro nível, na questão da transcendência ou imanência.

Não importa quantas cascas de cebola retirem-se, só há duas visões possíveis, a meu ver: Para os da transcendência, SEMPRE haverá um númeno além, algo além das aparências, o que causa o fenômeno - e, portanto, a camada desconstruída foi apenas mais uma camada mitológica. Para os da imanência, tudo sempre esteve aqui e agora, e a camada desconstruída foi apenas uma projeção de uma suposta divisão do indivisível. Em ambas as possibilidades, o mesmo espiritual continua existindo, seja no transcendente, seja no imanente. E como podemos acreditar ou não nisso, aceitar ou negar, não é que a dita "espiritualidade" seja reduzida à subjetividade. Na verdade, ela *sempre* foi subjetiva, ou seja, relativa ao sujeito. Pensar diferente disso é, no fundo, acreditar em um Adão e Eva literal, ou nos deuses do Olimpo. Muitos fazem isso até hoje, ainda que em nome de Jesus.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O que você faz para manter a sanidade?

E quem te disse que eu sou 100% "normal" e "são"? :-)
Mas algumas coisas talvez ajudem:

Vivo o presente. Eu-Aqui-Agora. Sem me perder em comparações, ansiedades edepressões.
Faço análise, semanalmente, há anos. É fundamental.
Presto muita atenção aos meus sonhos, metafóricos ou literais.
Atividade física 3x por semana. Se puder, vou mais. Se não der, vou menos. Estou na academia nesse momento em que respondo.
Sempre optei por relações afetivas estáveis e de médio-longo prazo.
Tenho amigos, conto piadas.
Estudo filosofia todas as manhãs, destruindo minhas "velhas certezas" sobre tudo.
Sempre rejeitei a fuga da normalidade que alguns amigos "intelectuais" ou"espiritualizados" adotam - muitas vezes sem querer admitir.
Não tento ser "bonzinho". Não reprimo emoções. Não nego minha sombra.
Acredito na intuição. E assumo as consequências disso.
Gosto de música - tocar e ouvir.
Compartilho um pouco de tudo o que ganho - dinheiro, amor, conhecimento, sintonias espirituais.
Dôo sangue. Dôo tempo. Dôo trabalho. Dôo coração.
Vivo o presente. Eu-Aqui-Agora. Já disse isso?
Gosto de dinheiro. Mas digo a ele quem é dono de quem.
Respeito meus limites. Mas nunca acredito demais neles.
Medito, quando posso.
Faço Yoga, já fiz Aikidô.
Tenho minhas crenças. Mas não fico cego ou imóvel por causa delas.
Tomo remédios, quando necessário.
Me reinvento, sempre. E assumo as consequências disso.
Me apaixono, choro, falo a verdade. E assumo as consequências disso.
Não escuto música depressiva, breganeja e afins.
Não tenho a pretensão de resolver a vida de ninguém - ajudá-los já é grandioso.
Ainda pretendo instalar um bebedouro de prosecco / espumante brutt em casa.
Não confundo seriedade com sizudês. Seja lá como se escreva isso.
Rejeito a vocação para super-herói, mestre ou guru.
Leio muito. Mas não tanto quanto eu gostaria.
Faço o que gosto.
Não paro de estudar. Não paro de ensinar. Não paro de acreditar. Não paro de questionar. Não paro de amar.
Como carne e açúcar. Mas não muito.
Bebo. Mas não muito.
Como coisas saudáveis. Mas não muito.
Às vezes, minto sobre meus hábitos. Mas não muito.
Vou ao estádio quando posso, ver meu Cruzeiro jogar.
Cultivo o bom gosto. Mas evito ficar fresco por causa disso.
Me alimento bem, e com prazer.
Vivo o presente. Eu-Aqui-Agora. Essa frase eu preciso repetir. Mas não muito, pois poucos precisariam de terapia se fizessem isso.
Gosto da VIDA, material ou espiritual. Aliás, nem a "divido" assim.
... e mais vinho, por favor!!!

Que CRÍTICA você faria ao Ken Wilber?

Qual dos Ken Wilbers? Ele sempre se desconstrói, positivamente. Tirando as críticas que ele mesmo faz às suas visões \"holísticas\", \"evolutivas\" ou \"transpessoais\" anteriores, até onde li concordo bastante com a fase INTEGRAL dele. De \"Teoria de Tudo\" para cá, não me lembro de ter lido algo dele que me fizesse torcer o nariz. É uma de minhas principais referências, por enquanto.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

ações ou conseqüências ?

Engano da divisão: As consequências sempre estiveram embutidas nas ações.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O que você pensa da história do negro pós abolição e a atual luta por politicas públicas reparadoras como as cotas nas universidades?

Não vejo a humanidade separada por cores ou cotas, e não creio que segregações de sentido contrário sejam "repadadoras", ao contrário. Não gosto quando vejo tratarem negros, nordestinos, homossexuais, moradores de periferia ou qualquer outro grupo discriminado como "coitadinhos"; e gosto menos ainda quando vejo os próprios discriminados não só adotando esse discurso como "reinvindicando" seus "direitos" como condição minoritária, implorando por suas esmolinhas, iludidos por supostamente estarem "levando vantagem" sobre quem já levou vantagem em outros tempos (onde a maioria nem era viva). No fundo, tudo baseia-se em quem leva vantagem sobre quem.

Acho isso uma sacanagem, uma outra forma de manipulação do "dominante" sobre o "dominado", e ainda exigindo que o outro não só seja rotulado, como que assuma o tal rótulo e ainda reinvindique sua cota de farinha para sobreviver. Tudo vem muito sutil, "oferecendo" paradas gays, dias da "consciência negra" ou "cotas em universidade". E os auto-entitulados minoritários não notam que foram escurraçados para um gueto, que precisam aceitar um rótulo prévio, para que só lá e assim possam existir. Porque a condição sexual de alguém ou sua cor de pele precisa ser transformada em uma bandeira política das minorias? Deveriam os heteros ou os brancos afirmarem suas condições também? Não notam as tais "minorias" que estão sendo mais uma vez discriminadas, sob o disfarce de uma melhor compreensão? Isso tudo me soa muito ao estilo do que faziam com os judeus na Polônia... Assumam-se tal para serem melhor identificados e ajudados. Havia até uma "cota de cidade" para eles. Deu no que deu.

Acredito SIM em políticas públicas, sou crítico em relação a um neoliberalismo insensível. Mas políticas públicas na medida do possível igualitárias, que visem dar mais condições a todos, sem depender de uma comparação prévia ou necessidade forçada de "inclusão". Quem se compara ao outro é, no mínimo, infeliz. Lutem para que tenham condição de ser melhor do que VOCÊS MESMOS, independente da cor de pele, origem, sexualidade ou religião. Para que tenham ensino público de qualidade, e não essa mentira neoliberal pública do estado de São Paulo, que não permite que filhos de pobre entrem na universidade pública sem "cota" - não porque são negros ou pobres, mas porque já foram segregados ANTES, numa escola que não reprova (coitadinhos, já são pobres ou negros, vão ser reprovados também?). Para que possam ter senso crítico para não ser TÃO ENGANADOS assim a ponto de comemorarem um biscoitinho canino eventual disfarçado em um dia ou um percentual, DESDE QUE se assumam como "menores" (minoria) que os demais. Para que tenham condições de conseguir o que querem e podem COMO SERES HUMANOS, que fazem as suas próprias escolhas, e que podem entrar em qualquer lugar pela porta da frente. Onde cada um vai chegar sendo melhor que ele mesmo, já é escolha de cada um.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

domingo, 1 de agosto de 2010

Lázaro, qual sua opiniao sobre os conceitos da metafisica e sobre como ela, supostamente, age em nosso organismo na area da saude?

Metafísica? A de Platão, a de Aristóteles ou a de Espinoza? Gosto muito, claro. Mas você não concorda que depois de Kant e da fenomenologia, a metafísica como conhecíamos chegou ao seu fim?
http://pt.wikipedia.org/wiki/Metaf%C3%ADsica

(é cada uma, viu? outro dia nos divertiamos muito, na sala de aula de Filosofia, com um anúncio de jornal que prometia um "Aconselhamento Metafísico", hahaha)

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

Qual a diferença entre uma pessoa viciada em FarmVille e uma pessoa viciada em Lost? Ou Futebol, novela da Globo, que seja? Não são todas diversões estúpidas?

Não. Há graus de diversão, graus de vício, graus de prejuizo social e graus de estupidez. Os tipos mais graves são aqueles que já não conseguem mais perceber diferenças entre coisas tão distintas.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

Fiquei encanada com a sua história do ankh. No dia em que eu comprei um já deu o maior problema...mas entendi que os seus problemas vieram de coisas suas passadas. Será que existe um "fator ankh" em tudo isso, independente de passado e história pessoal?

Não sei... Teoricamente, é um símbolo bem positivo e interessante. Tenho coisas egípcias aqui em casa. E, como disse, eu teimei bastante em usar, achando que não havia nada demais. Talvez demande algum preparo que eu ainda não tivesse, e o problema tenha sido minha arrogância em achar que eu tivesse. Talvez não faça mal algum para quem nem sabe o que é isso. Talvez tivesse a ver com as pessoas da época. Talvez atraia algum tipo de energia estranha. Não faço a menor idéia, mas a coincidência era gigantesca, eu apenas relatei, e por questões de segurança, não estou muito propenso a fazer novas tentativas. Já tive essa fase da reincidência pra provar que superei, e não gostei dos resultados, hehehe.

No creo en brujas, mas, às vezes, parece que elas não ligam muito para minha descrença, rs. O Ken Wilber, que investigou muitos fenômenos estranhos na vida, diz que quase tudo é picaretagem e supertição, e que as coisas realmente espirituais, sobrenaturais ou estranhas não chegam a 2% das alegadas. Ouvi números semelhantes de um parapsicólogo brasileiro que trabalhou para serviços de informações governamentais. Bom, de vez em quando a gente bate de frente com esses casos inexplicáveis. Quem não pode com mandinga, que carregue patuá. Mas se for um ankh, no MEU caso, EU dispenso, hehehe. Eu, hem?

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa: