sexta-feira, 30 de abril de 2010

Sobre o caso do assassinato do cartunista Glauco. O assassino frequentava os cultos, que incluíam o chá denominado Santo Daime. Já li sua opinião sobre esse chá na voadores. A teoria sobre o gatilho para uma psicose foi corroborada. Pq o gov. não pr

Pois é. Não era uma "teoria", o que alerto está endossado em modelos psicodinâmicos bem conhecidos, independe do empirismo ou do abafamento dos casos.

A questão é, principalmente, política e comercial. Há uma bancada inteira do daime em Brasília. Lembre-se que a eleição de deputados e senadores da região norte é desproporcional em relação, por exemplo, à representatividade populacional de SP, RJ, MG, PR, RS, etc. E não há oposição sistemática vindo dos outros estados. É uma questão de vida e morte, para políticos daimistas ou que tem daimistas em sua base eleitoral, defender o daime e acobertar processos e casos contrários. Mas não é tão importante assim para quem não é de lá combater o daime. Não há oposição. Ou seja, se os políticos nortistas votarem nas negociatas que interessam aos políticos oportunistas do resto do país, conseguem fácil apoio ou conivência para as suas "causas". O famoso "uma mão lava a outra" de Brasília.

Por isso mesmo, não há interesse em parlamentares de outras bases fazerem parte dos tais grupos de estudo do daime. As comissões de avaliação são formadas em parte por psiquiatras viciados em daime (recentemente um esteve no Jô), por deputados usuários, por "antropólogos" que frequentam o daime ou no mínimo defendem a maconha e daime em seus livros (tivemos contato com algumas). Ou seja, a comissão não é isenta nem democrática, nem surge da preocupação da sociedade, mas sim nasce da necessidade de uma bancada daimista ou ligada à selva de "legitimar" o seu patrimônio cultural. E tudo isso em meio a lobbies, e a esse mito antropológico do "bon sauvage", que tende a valorizar excessivamente e proteger tudo aquilo que (supostamente) vem do índio. O que até acho válido, em termos, mas acabou sendo usado completamente fora de contexto, como droga URBANA substituta, usada com desculpa religiosa, por quem não tem NADA de índio. 

Por fim, há uma grande questão comercial. O daime não é dado de graça. As igrejas urbanas consomem grandes quantidades e concentrações, produzidas pelo trabalho semi-escravo de crentes daimistas amazonicos. Alguém ganha com isso, e não é pouco. Como o comércio e propaganda são proibidos pela lei brasileira, estamos falando em tráfico de drogas, de grande proporção. Aliás, a droga é fornecida também para vários países onde o DMT é proibido. Isso equipara daimistas a traficantes colombianos, já que chás de coca também são consumidos e tolerados no país produtor, e isso não faz de sua exportação ilegal algo ético ou caridoso só porque os indios bolivianos originais mascavam coca. Há comércio de daime, e comércio ilegal de drogas psicoativas tem nome no mundo todo: trafico. Assim como nos países co-irmãos de floresta amazônica, temos lobbistas em nosso meio político defendendo os interesses dos usuários - e principalmente dos revendedores - de drogas. Somos a Colombia do daime, e achamos que somos diferentes porque apelamos para a religião.

Para piorar, há relatos de uso de grandes quantidades de outras drogas em varias casas de daime, principalmente em algumas importantes da região norte. Não fazem segredo. Resta saber se plantam essa quantidade absurda (e portanto vendem) ou se tem operações com traficantes amazônicos para lhes fornecer. Em ambas as possibilidades, abrem-se conexões obvias para qualquer um que queira pensar no QUANTO as operações de psicoativos na selva amazônica são parecidos.

E assim como Evo Moralez mascou folha de cocaína, Gilberto Gil tomou daime para fazer sua divulgação. Bem, vamos pular a parte do uso de drogas (diversas) pelos políticos de Brasilia...

Laz, via iPhone

Quais são as características de um vício? Fumo maconha cerca de 2x por semana. Trabalho, estudo, tenho amigos, religião. Nenhuma característica de um viciado em maconha se aplica a mim. Por fazer uso de algo que pode viciar, já sou considerado vicia

Pergunte-se se Você PRECISA fumar as 2x por semana? Poderia ficar um mês ou dois sem fumar? Tem comportamento automatizado de fumar sempre que ocorre determinado fato, comportamento, momento, companhia ou estado de espírito? Vale para a maconha, álcool ou qualquer outra substancia química que provoque alteração cerebral-metabólica-psíquica-fisiológica.

Maconha é muito menos prejudicial e alucinógena do que daime, por exemplo. E seu caso parece menos grave, do ponto de vista neuroquimico, do que o de uma pessoa que PRECISA beber um chopp ou cerveja todos os dias, mesmo que em pequenas quantidades e lugares fechados. Conheço mulheres respeitadas, profissionais exemplares, que são mais viciadas que você, pois elas PRECISAM beber de uma a três inocentes latinhas de cerveja TODOS OS DIAS ao chegar em casa. Se irritam quando ficam sem. E em certas ocasiões sociais, certamente passam dessa dose. São alcoólatras, embora raramente sejam
vistas bêbadas ou em botecos.

Os três problemas principais que vejo na maconha não são tanto psíquicos ou neuroquimicos. Mas não deixam de ser importantes:

- Maconha é ilegal no Brasil. Você se associa ou patrocina o crime ao usar. E corre riscos também. 

- Além do mais, pertencer ao grupo de usuários, traficantes e consumidores clandestinos faz você sr associar a uma contra-cultura, e tem que se identificar (desnecessariamente, se não for vício) a uma série de pessoas, valores, idéias e comportamentos que não precisam ser os seus. Torna-se quase uma contra-religião. Não acho isso bom.

- Maconha infelizmente é controlada pelo narcotráfico. Corre sangue e injustiça em cada beck que se acende. O usuário inocente é o único patrocinador disso tudo. É por causa dele que o crime se instaura, que o poder nos morros aumenta e mata, que as armas são
compradas, que as instituições se corrompem. É muito karma desnecessário por causa de um barato. Então a pergunta não é se pode, mas sim PORQUE tem que fumar?

- Maconha não tem produção controlada. Não se sabe o que é misturado, não há compromisso com a saúde pública ou interações medicamentosas. Relata-se que há canabbis circulando com enorme concentração de THC. E, pior, com mistura de outras substâncias químicas, para os mais diversos fins. A maconha industrial e criminosa que se fuma hoje não tem mais nada a ver com o baseado natural e alternativo da geração hippie dos anos 70. 

- Há estudos que demonstram que, em cercande 1% dos casos, o uso de maconha favorece o quadro de esquizofrenia. O que é obvio, devido à dopamina. Parece pouco, mas 1% de todos que fumam já são milhões do mundo, e dezenas de milhares no Brasil. (o mesmo risco de aplica à ayahuaska). Nessa escala, passa a ser
problema de Saúde Pública.    

- Há relatos recorrentes de perda de memória e dificuldade de concentração (lógico-matemático-racional) após uso
continuado de maconha e daime, especialmente a primeira. Não são lendas. Não sabemos se ocorrem em todos, mas ocorre em muitos, e não é difícil
constatar empiricamente. Há casos demais para serem desconsidarados, quando é o próprio "neurônio" que está na reta. (pra não dizer outra coisa, hehehe)

Laz, via iPhone

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

É normal um adolescente de quase 19 anos não ter vontade de sair de casa final de semana, não ter uma vida social além do pai e da mãe dentro de casa? Eu sei que não tenho o direito de me meter nisso, mas estou curiosa pra saber as possíveis causas

Não, não é. NORMAL é o que é usual, o que está na curva de Gauss, o que a maioria (certa ou errada) faz.

A pergunta a se fazer é se é FUNCIONAL ele ser assim? Ou seja, se sendo assim ele namora, trabalha, estuda, tem
bons resultados, tem boas relações afetivas com a família, amigos, colegas... Se sua carreira esta indo adiante, se seu futuro está sendo bem construído, esses parâmetros de FUNCIONALIDADE.

Se ele está bem e próspero em todos sentidos indo contra a média, tudo bem. Mas isso é a excessão, e não a regra. Em geral, a normalidade faz bem.

Você relata o que PODE SER um quadro depressivo. Se for, PODE SER patológico. Mas não há como dar diagnóstico com tão pouco, e sem escutar o principal envolvido, ELE. Até que ponto, por exemplo, esse comportamento não poderia ser de uma adolescência tardia, ou por um conflito silencioso com a própria família e seus conceitos, ou por não ter superado alguma questão importante para ele (e não para nós), ou até mesmo em relação à sua afetividade ou sexualidade? Cada caso é um caso, e estas são apenas algumas das possibilidades.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

Lázaro gostaria que falasse (se possível) dos 12 Passos de Alcoolicos Anonimos, o qual são meu sentido de vida...Obrigado.

Não conheço o suficiente para falar, ainda mais de forma
tão inespecífica assim. Muitos se beneficiam, ótimo. Por outro lado, tem muito de fé e religião, por isso não consideramos diretamente na psicologia.

Qual é a pergunta? "Fale-me sobre (qualquer assunto)" sempre me deixa na duvida se estão me pedindo pra fazer uma tese de doutorado ou apenas escrever um livro.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Existe diferença entre personalidade e individualidade?

Segundo Osho, sim. Personalidade está ligado aos papéis que assumimos aqui, às nossas màscaras, o que o outro enxerga de nós, mas que não é nosso Eu maior. Já a individualidade é usada por ele como algo único, Maior, a parte de nós que está mais parecida com nossa essência do que com os papéis e defesas que precisamos assumir.

Há uma frase dele que diz que "quem se ofende é sempre
a personalidade, e nunca a individualidade". Ou seja, nesse contexto, a personalidade está mais para os comceitos junguianos de "ego" e "persona", enquanto a individualidade aproxima-se do "self".

Tudo que dizem de mim - profissão, temperamento, títulos, curriculum, formações, estado civil, endereço, nome, aparência, predicados - é aquilo que ESTOU. Tem muito de mim, mas não é necessária e eternamente meu Eu. Aquele que SOU, mais que estou, é algo que tento descobrir e integrar. Conhecê-lo é uma das formas de se
tornar um indivíduo, ou seja, sem integra-lo não passamos de metades incompletas, angustiadas e neuróticas. Individuar - tornar-se pessoa, deixar de confundir a persona-lidade com a individualidade - é o principal
objetivo da terapia junguiana.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

Como se sente servindo de inspiração para tantas pessoas?

Obrigado. Mas não sei se de fato sou. As vezes até me assunto quando vejo tantos voadores fazendo filosofia, estudando psicanálise, rompendo paradigmas, sendo mais universalistas, repensando seu próprio pensar, seguindo caminhos que, mal ou bem, eu trilhei.

Penso mais que somos, todos, testemunhos e exemplos a partir de nossos atos e pensamentos. E todos nos sintonizamos com pessoas afins. É natural, não embute juizo moral. Mas fico feliz se muita gente puder crescer, de algum modo, comigo. Já sou satisfeito por dar sentido e mudar para melhor a vida de um pequeno punhado de pacientes. Se isso for além do consultório, valeu ter vivido por aqui.

Não sou santo, tenho emoções e sentimentos, não perco piadas, faço terapia como meus pacientes, tenho muito a aprender sobre mim. O que talvez faça diferença é que eu tento falar a verdade sempre, mesmo quando é desconfortável para mim - aprendi que isso liberta e, a médio prazo, é mais coerente e recompensador. Tento fazer as coisas mais ou menos certas, mais acertar do que errar. E acho que tenho um bom coração, e na medida do possível, mantenho o menino-moleque morando sempre dentro dele. Também não me canso de estudar. E acho indispensável compartilhar um pouco do que tenho, seja material, intelectual ou espiritual.

Faço tudo isso naturalmente, não exijo dos outros que façam o mesmo, não faço por promoção ou visando recompensa. Não saberia ser diferente. Faço POR MIM. Acho que não é mais que minha obrigação, e sem o "peso" associado à palavra "obrigação".

Parece que em um mundo onde poucos fazem isso, a gente tentar pensar, estudar, acertar, falar a verdade e compartilhar já nos torna uma espécie de "líder" ou "inspiração". Fico um pouco feliz e um pouco triste com isso. Feliz pelo reconhecimento, que é indispensável para que não mudemos de caminho. Mas triste porque SEI que não faço tanto assim, e que em terra de olho, quem tem um cego... errei!

Dizem que experiência é um pente que nos dão quando ficamos carecas. Bem, cabelos eu não tenho mesmo, o jeito é compartilhar os pentes que guardei. :-)

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

Até que ponto um problema psicológico interfere na sexualidade de uma pessoa? O que é permanete e o que é temporário?

Cada caso é um caso, mas a relação entre sexualidade e psique é direta e clássica. O psicológico influencia MUITO na sexualidade, e a sexualidade (mesmo a infantil) influencia muito no desenvolvimento psíquico da pessoa. Lembrando que "sexualidade" para a psicanálise não é só penetração ou atos feitos na cama, mas quase tudo que envolve libido, energia, prazer, "tesão" real ou metafórico. Desde a chupeta da criança à abnegação da caridade feita por um celibatário que "sublima" o sexo, há muito de sexualidade (libido) envolvida. Somos seres sexuais, e os atos a dois são apenas uma pequena ponta desta energia psíquica, uma forma adulta e hormonal (dentre tantas outras) de canalizarmos o princípio vital que trazemos em nós.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

Às vezes tenho vontade de ser uma pessoa mais espiritual, mas meu lado racional insiste em afirmar que nada existe além do corpo. Não sei como resolver isso. Dilema comum?

Está mais para uma confusão comum.

Por exemplo, é possível ser espiritual no aqui e agora, sem ser necessariamente religioso ou dogmático. Há quem faça de seu trabalho sua forma de sentido, de re-ligare (religação), e não importa em que mito acreditam, são tão ou mais espirituais e piedosos do que aqueles que projetam seu sentido em alguma imagem de barro ou crença repetida pelo guru.

Acreditar em algo maior ou que não saibamos tudo (sentidos são limitados) não é, necessariamente, acreditar em Deus, ou pelo menos não no Deus improvável e mitológico dos gurus, bíblias e pastores. Eu, particularmente, sou muito simpático ao DEISMO, onde não abrimos mão da razão, pelo contrário: http://pt.wikipedia.org/wiki/De%C3%ADsmo

Também conheci pessoas muito crentes que não eram nem um pouco espirituais. Assim como vi (pseudo) céticos que eram mais crentes que os religiosos, pois ACREDITAVAM piamente que nada mais existia além de si. Um cético razoável seria cético em relação a isso também.

Por outro lado, não acho RACIONAL "acreditar" que não há NADA além do corpo. Por exemplo, há magnetismo, ondas, vírus, radiações, força nuclear e muitas outras coisas que nunca viamos, mas já existia e atuava no universo INDEPENDENTE de nossos limitados sentidos os captarem. É razoável supor que MUITO MAIS COISA nos transcende.

Já tentou leu um pouquinho de Kant? Só pra ir um pouco além deste "dilema" dos sentidos X crença como forma de obter conhecimento da realidade? Há outras possibilidades de se encarar a questão, pelos FENÔMENOS e não pela experiência ou crença. Todo cientista deveria ler... Comece por aqui, nada de crença, foi escrito por um físico para cientistas, leigos em filosofia: http://migre.me/Ausm

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

o q vc acha da astrologia? os planetas emitem uma vibração q interfere de alguma forma na vida humana?

Tenho amigos que são astrólogos sérios, e baseiam seus estudos em ESTATÍSTICAS, empirismo, observação de sincronicidades e muita, mas muita base mitológica e simbólica; às vezes até com fundamentação junguiana. Acredito nessas coisas citadas, e os resultados do trabalho desses pesquisadores mais sérios parece funcionar independente do Lázaro "acreditar" ou não.

Em todo caso, tudo que disse acima independe dos planetas emitirem vibrações ou interferirem diretamente aqui, o que é um pouco improvável, especialmente os mais distantes. PODE SER que a astrologia, se funcionar, tenha outras explicações. Pode ser que povos antigos usassem o movimento dos planetas como relógios cósmicos, e estivessem apenas observando os ciclos da natureza e de sua influência na psique humana. PODE SER que haja outras influências, espirituais ou não. Pouco podemos declarar, mas não é NECESSÁRIO crer em improváveis "vibrações" de plutão para a astrologia funcionar.

O fato é que a LUA, por exemplo, influencia agricultura, marés, lobos, sexualidade, incidência de casos de loucura... O SOL também influencia estações, mas não só - tem períodos e maior e menor atividade, luminosa ou magnética.

E tudo isso do SOL e LUA já funcionava antes de descobrirmos a gravidade, os neutrinos, o heliocentrismo e as órbitas em espiral. Será mesmo que precisamos explicar tudo com a gravidade e com o POUCO que conhecemos do universo? Quantas leis assim desconhecidas descobriremos nos próximos milênios de humanidade, se durarmos até lá?

Ser cético é suspender o juizo, e não necessariamente ser crente ou descrente. Se a gente simplesmente desacredita de tudo a priori, não está sendo cetico pirrônico de fato, pois acabamos emitindo um juizo e crença, só que contrário. Como bom cético, creio que não temos elementos suficientes para afirmar que é ou que não é, portanto, é preciso suspender o juizo (pelo menos o prévio) e observar mais as estatísticas e o aqui agora. Não porque eu só acredite nisso, mas porque é o que eu tenho, é o que Deus (se há algum) quis que me fosse dado conhecer.

Há pessoas sérias, embora não tantas, conseguindo bons resultados com astrologia ligada a estatística, simbologia, pesquisa, mitos e arquéticos - não raro, com base junguiana na interpretação das sincronicidades, e com capacidade de dar condução psicológica adequada A PARTIR da leitura do mapa, independente da ferramenta inicial ter sido astrológica. Em São Paulo, indico o Ivan Freitas e a Teca Mendonça. Em Belo Horizonte, indico o Yubertson Miranda. Todos são localizáveis pelo Google e também atendem pela internet.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Como posso provar para mim mesmo a existência da alma? pois de uns tempos pra cá aumentei em minha consciência a palavra Ateu.

Você não pode provar a existência de nada metafísico, caso contrário não seria metafísico, mas sim empírico, experimental.

Você pode ter, porém, uma certeza íntima, uma experiência pessoal e/ou uma questão de fé. Alguns tem experiências - de todo ou de vazio - que os marcam e preenchem para sempre. Eu mesmo já tive algumas assim, mas não tenho como reproduzir ou transferir. Quem as tem, em geral se cala. E as que não tem, saem gritando e pregando o nome de Deus, pra ver se ele entra por osmose, rs.

O fato de não acreditar em alma não significa, necessariamente, ser Ateu. Você pode crer em um princípio maior (ou não) sem os moldes das almas das mitologias cristãs, espíritas ou hindus.

Não acho que seja a razão e provas que tenham que dar conta de todas as questões da alma; do mesmo modo que não aceitamos mais o pensamento medieval de que a crença/fé deveria subjugar ou conduzir a razão.

Na minha opinião, o Objetivo e Subjetivo, Consciente e Inconsciente, Material e Espiritual, Transpessoal e Pessoal, Lá e Aqui, Yin e Yang, Transcendente e Científico, Poético e Racional devem co-existir e se complementar, assim como os hemisférios direito e esquerdo do cérebro.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

Viu isso?? "Livro que ataca Freud e compara psicanálise à homeopatia causa polêmica na França"

Ele deve estar conseguindo vender. As críticas são anacrônicas, fora de contexto, algumas pessoais. A personalidade controladora do Freud e os inícios da psicanálise são velhos conhecidos dos biógrafos. Jung e tantos fizeram dissência porquê, ué? E a psicanálise não é só Freud, nem parou em 1910. Há muita psicanálise não ortodoxa por aí, talvez a maioria. E mesmo a ortodoxa funciona, apesar de suas crenças não serem a minha praia.

O autor SABE de tudo isso, mas queria ser polêmico e vender livro, ué. Até porque, a psicanálise tem grande reputação na França. Pagou o papel de ridículo, reeditou críticas primárias já exaustivamente publicadas, mas teve sucesso, conseguiu até uma refutação da excelente e genial Elizabeth Roudinesco, a principal lacaniana viva! Quanta honra!

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

Vc acha que a humanidade está pior ? Crianças de 6 anos atualmente cometem abusos sexuais. Será q sempre foi assim ? Na antiguidade alguns líderes gostavam de se alimentar presenciando "empalações". Difícil saber se estamos melhorando, piorando ou

Eu creio que estejamos melhorando. Até por isso percebemos mais os contrastes contrários ao Ethos e à evolução. Há pouco mais de 100 anos, tinhamos escravidão de negros aqui em nossas ruas, mulheres não votavam, e as pessoas duelavam e se matavam em nome da honra. Para não falar nos avanços da medicina, psicologia, sexualidade antes reprimida, expectativa de vida, acesso à informação, comunicação global, facilidades democráticas ou de deslocamento antes impensáveis (por mais distorção que ainda haja). Sinceramente, não há termos de comparação.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

É possível conseguir sozinho o mesmo resultado que se tem através de análise/terapia (mesmo que mais lentamente)? Se sim, como fazer?

Ah, sim, a psicanálise existe só há 100 anos, e a humanidade há muito mais tempo. O problema é que demorar muito, traz sofrimentos evitáveis, e no fim poucos conseguem chegar sozinhos lá. E quando chegam, às vezes o DESGASTE de energia que tiveram para se "controlar" e segurar tudo "sozinhos" sem nem terapia nem medicação foi TÃO GRANDE que não valeu a pena, ou não lhe permitiu curtir a paisagem da estrada de sua vida... A mesma energia (e dinheiro, e tempo, e coração, e sexualidade, e carreida) desperdiçada em nossos padrões e equívocos e seu conserto "na raça" poderia estar sendo utilizada para sermos felizes. Eu prefiro, e por isso não dispenso jamais minha terapia semanal. Por mais que eu estude, nunca vou saber tudo sobre mim, e a psicanálise pode favorecer MUITO o processo de amadurecimento. Antes daqueles 30 segundos finais antes de morrer quando, dizem, descobrimos que tudo faz sentido, e as respostas sempre estiveram ali.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

Qual seria uma causa possível para o que é comumente chamado de "depressão de domingo"? Como lidar com isso?

Então... A maior causa da depressão de domingo é a... segunda! :-)

Seu trabalho está satisfatório? Faz o que gosta, tem se esforçado para mudar e melhorar? Seu ambiente familiar, do tal domingo, é feliz o suficiente para não lhe deixar deprimido ou centrado na segunda? Se não, tem se esforçado para mudar ou melhorar?

Por fim, o que a "depressão" de domingo tem em comum com a "depressão" de quarta ou com a "depressão" que não escolhe dia da semana é a... depressão. Ocorra em que dia for, por que motivo for, se isso tem cores inconscientes e lhe traz prejuizos ou desconfortos, seria bom tratar. Não por ser "de domingo", mas por ser "depressão".

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

sábado, 24 de abril de 2010

Existem seres extraterrestres no plano astral?

Segundo as experiências subjetivas relatadas pelos que praticam projeção astral, sim. Há consciências que assim se identificam, ou que se aparentam com o que costumamos associar ao estereótipo de "extraterrestres". Lembrando que todos somos extra-terrestres do ponto de vista espiritualista e consciencial, uma vez que só o corpo pertente à Terra. ;-)

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

sexta-feira, 23 de abril de 2010

O bem sempre vence o mal ?

Vide resposta anterior. Ques Bem? Que Mal? De que conceitos falamos? Que luta é essa com o qual estamos dividindo as forças maiores que não conhecemos? Com que critérias as julgamos e as dividimos em dois times a partir de nossos interesses imediatos e limitados?

Mas no senso comum, quero crer que princípios de BEM tendem a prevalescer. Há uma bela frase de Gandhi a esse respeito. Sou otimista a respeito da humanidade. A história demonstra um prevalescimento, ainda que lento, da maturidade, da justiça e da razão.

Também do ponto de vista espiritual, quero crer que os princípios de "bem" são superiores ao do suposto "mal". Em outras palavras, que é possível um crescimento e evolução, rumo a um centro maior da personalidade (Self), individual e coletivo. Se não acreditasse nisso, todo o esforço ético, espiritual e filosófico de algum modo seria em vão.

Mas voltando à pergunta anterior, é indispensável caracterizar bem o que viria a ser esse "bem" e "mal". A pergunta como está pressupôe uma luta maniqueísta entre aquilo que eu JULGO bem e mal. Não creio que seja algo simplista assim.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

O bem e o mal existem ?

Então. Dizem que o filósofo é, antes de tudo, um chato. Exige conceitos e contextos, para não ficar um papo maluco cheio de crenças e sem possibilidade de bases comuns.

Bem e Mal segundo QUEM? Quando? Você fala do MAL em Agostinho ou em Goethe? E esse BEM, é o do mundo grego original?

Quando você chama BEM e MAL você pensa em algo personificado? Uma luta maniqueísta entre duas inteligências antagônicas? Ou chama de MAL àquelas porções sombrias de sua própria psique que não quer trazer à consciência?

E esse BEM? Devo assumir ser um Deus, em molde cristão? Ou um ato BOM, de acordo com a ética de alguém? Se sim, qual essa ética? Afinal, nem sempre o BOM para mim é mesmo BOM para você...

Ou fala como um espiritualista sobre karma? Ou como um evangélico sobre o demônio? Ou como uma pessoa do senso comum sobre os crimes e tudo aquilo que ameaça o SEU modo de vida?

Do que estamos falando quando você pergunta se o BEM e o MAL existem?

Como disse, o filósofo é antes de tudo um chato. Perguntas como "fale-me sobre o bem" quer dizer absolutamente coisa nenhuma. A não ser que um religioso resolva se apropriar dela para, no fundo, tentar vender suas próprias crenças.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

Li alguns posts seus sobre Magia, e tenho dúvidas de como o ocultismo interage com o espiritualismo. O que é mito nesta área? (Goecia? Horas Cósmicas de Evocação?)

Não entendi (mesmo) essa pergunta. Sinceramente não vejo essas divisões humanas de limites de percepção que as pessoas colocam como antagônicas. Seja lá o que for o Todo, ele é uno, e não dá bola em nossas linhas divisórias a que chamamos de "cristianismo", "ocultismo", "física", "Filosofia", "psicologia", "esoterismo", "magia", "ciência", "eu", "não eu", "psicanálise", corpo", "espírito, etc.

Há um texto meu chamando NADA OCORRE POR ACASO, creio que eu aborte tudo - magia, fé, espiritualismo, psicanálise - em uma abordagem tão integrada quanto possível.

Conhece aquela parábola dos cegos e do elefante contada por Buda, Ramakrishna? Se não, procure. ;-)

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

eu acho dr house um personagem fascinante.me identifico muito com ele percei que muitas fazes so igual a ele.isso me preocupa .

Bem, eu também me identifico com o House em muitas coisas, embora, é claro, ele seja uma versão estereotipada.

Do ponto de vista positivo, o House usa IRONIA e MÉTODO SOCRÁTICO, além de usar e abusar da LÓGICA e da DEDUÇÃO. Ele é uma inteligência brilhante, e lança mão explicitamente de vários conceitos da filosofia.

No lado negativo, o personagem é caracterizado com variações de "transtorno de personalidade" - em especial a NARCÍSICA, a antisocial e a histriônica. Se você se identifica com o lado caricato e agressivo de House, e se isso lhe traz prejuizos pessoais, sociais, funcionais, afetivos ou profissionais, convém pesquisar um pouco mais ou buscar ajuda.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

domingo, 18 de abril de 2010

O que você acha da eutanásia?

Questão ética complicada, ainda mais quando se confunde com crenças pessoais.

Quem estabelece a relação ética de uma pessoa para consigo é ela mesma, não os demais.

Quanto às crenças, não cabe discutir qual seria a verdade final em que temporariamente acreditamos, uma vez que sempre haverá outras, sejam contras ou a favor. Tudo que se diz sobre o transcendente é crença, e crença é pessoal. Portanto, a crença da pessoa doente deve ser respeitada, a meu ver; e por conseguinte, não são os parentes que tem direito de impor suas crenças ou descrenças ao doente. Se o doente não pode expressar sua vontade, a princípio entendo que suas crenças ou descrenças precisem ser respeitadas, de acordo com cada caso. Não se faz eutanásia em um espírita inconsciente, não é justo prolongar desnecessariamente a dor e sofrimento de um ateu/descrente que sofre sem esperança.

Mas tudo isso é muito relativo e particular. Não há verdade final ou universal.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

Qual o seu perfil psicológico no teste Tipo Myers-Briggs (ITMB)?

Nos Tipos Psicológicos originais de Jung, em que Myers-Briggs se basearam para criar seus testes populares e vocacionais, sou INTUITIVO (primária) INTROVERTIDO com PENSAMENTO (secundária). Exatamente o mesmo tipo de Jung.

Como diz Nize da Silveira, este tipo INTUIÇÃO/PENSAMENTO INTROVERTIDO é ótimo para psicanalistas, pois percorre-se os caminhos internos pela intuição, apreendendo seus significados simbólicos pela função principal; e depois passa tudo pela função secundária, permitindo escrever ou sintetizar externa e racionalmente o processo subjetivo de INTUIÇÃO/INTROVERTIDO.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

O que você fez até hoje que mais se arrependeu?

Me arrepender.

Aprendi que sempre fazemos as melhores escolhas possíveis dentro de cada época, recursos e compreensão.
Hoje apenas tento expandir meus horizontes, conscientes e inconscientes, para poder escolher mais e melhor.

No fim, nos arrependemos apenas daquilo que NÃO fizemos, e nunca do que fizemos. Faça!

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

sexta-feira, 9 de abril de 2010

O que fazer diante da tragédia? Algumas vezes é difícil estar feliz diante de eventos como aconteceram no Haiti, Chile e Rio...

A solidariedade é importante, seja material, psicológica E espiritual. Mas é preciso também lembrar que "ninguém morre". O espírito não pode ser queimado ou enterrado, nenhuma flecha pode ferí-lo, as consciências apenas entram e saem de corpos perecíveis e temporários.

As tragédias NATURAIS nos lembram queu habitamos, por empréstimo, um corpo limitado pertencente a um grande organismo vivo chamado Terra, Gaia, que existe há bilhões de anos, e independe de nossa passagem temporária e frágil por aqui.

Também é importante mantermos o equilíbrio e o discernimento, sem sermos pegos pelas "enchentes conscienciais" de tantos que adoram "sofrer junto" pela TV, jornais e revistas, numa espécie de hipnose que NADA ajuda, a não ser piorar ainda mais o astral e egrégora do planeta.

Sei de pessoas que estão se recusando a contar piada ou a discutir assuntos em grupos porque, segundo elas, o momento é de tristeza... Mas elas mesmas não fazem mais nada a não ser se alimentar, feito vampiros ou urubus, de cada novo detalhe da tragédia que passar na TV ou publicarem nos portais. Isso não é solidariedade, mas sim pedir para TAMBÉM ser arrastado pela lama e barrancos - aqui, os conscienciais. Ficar acordado diante da TV vendo e revendo os relatos de dores alheia, sem fazer nada a respeito, hipnotisado com o sofrimento do outro, não deixa de ser uma espécie de sadismo.

Assim como sempre há também, nessas ocasiões, grupos que se isolam da dor alheia dizendo que estão fazendo uma espécie de "caridade espiritual". Ora, se alguém acredita que rezar ou dar passes no espaço alivia alguma coisa invisível, que o faça, de coração. DESDE QUE isso não seja uma desculpa de auto-corrupção para não atuar tanto no plano tangível, com a velha desculpa de que "já estou fazendo o mais importante, a tal da caridade espiritual". Façamos aquela também, sem detrimento da física, emocional e psíquica, que é o que os sofredores MAIS estão precisando. Pois, garanto, de REZA eles não devem estar carecendo tanto, afinal, se há um Deus de bondade que se compadece dessas coisas, CERTAMENTE ele já está compadecido. E também porque REZAR é uma das poucas coisas que aqueles desabrigados podem fazer por si. Para o resto, dependem de nós - e acho que precisam de um pouco mais do que nossos braços se mexendo à distância, bem distante, para que durmamos com a consciência "tranquila" daqueles que raramente sujam as mãos para ajudar alguém.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

Essas coisas "Draconianas" são sérias? Ou só viagem na maionese airlines?

A meu ver, viagem na maionese estragada. A não ser que estejamos falando do simbolismo, riquíssimo, arquetípico, onde dragão é algo como uma serpente alada.

Já as crendices esquizotéricas em seres reptílicos ou draconianos do centro da terra, ou chegando do espaço sideral via portais interdimensionais... Parece uma mistura de "Stargate" com "V" (A Batalha Final). Bem, preciso comentar? ;-P

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Laz,se a viagem astral é um fenômeno natural e comum a todas as pessoas, porque temos dificuldade em recordar estas experiências?

Dentre outros motivos, porque não encaramos a possibilidade como natural, e porque após a experiência fabricamos sonhos que a encobrem. Além do mais, a qualidade do sono costuma ser péssima, dormimos cansados e acordamos exaustos com horas a menos, alguns até tem TV no quarto ou ficam no micro até não aguentar mais, APAGANDO ao deitar e dificultando a lembrança de QUALQUER COISA.

Vide meus textos a respeito em http://voadores.com.br/lazaro