sábado, 27 de março de 2010

Disse para o psiquiatra: o antidepressivo me deixa sem libido. Ele perguntou: - O que vc prefere, a depressão ou a libido? E você o que responderia para ele?

Eu diria que "excessos sexuais" (ou alimentares) em um período em que se está tremendamente depressivo não de chamam "libido" (ou apetite), mas sim compulsão. Com meus pacientes, quando é esse o caso, INSISTO que aquilo do que estão sentindo falta não é a LIBIDO natural e normal.

Já reparou que muitos portadores de psicopatologias as mais variadas tem "fama" (ou acreditam ter) de "bons de cama"? Porque será? De onde estaria vindo toda essa "energia libidinal" reprimida? Não podemos esquecer que a teoria psicanalítica apoia-se JUSTAMENTE nessa questão de recalques da libido, e neuroses que a dão vazão... A relação entre sexualidade e psicopatologia é evidente, portanto, o paciente deveria aceitar - ainda que temporariamente - experimentar um pouco da NORMALIDADE libidinal. Na cama ou na psiquê. O problema é que quem quer ser "intenso" não quer ser "normal". Mas assumo que quem buscou o psiquiatra e o psicanalista tem algum interesse em reestabelecimento da normalidade. É possível viver bem nela, acredite!

Pacientes usuários de alguns Inibidores Seletivos da Recaptura da Serotonina tem relatos de leve diminuição de atividades compulsivas. Incluem-se aí as compensações da depressão que eram feitas com compulsões alimentares e libidinais. A serotonina está ligada também a recompensas por esforço.

Para saber mais, vide artigo da Mente & Cérebro sobre neurociências e neuropsicanálise, entitulado "Freud está de volta":
http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/freud_esta_de_volta_5.html (Artigo com 7 páginas)

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

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