sexta-feira, 8 de abril de 2011

Com que tipo de coisa você trabalhava antes de virar terapeuta? Como era o trabalho?

Fui Analista de Sistemas, DBA Oracle, Especialista em Redes, Suporte, Engenheiro de Software, Professor de Informática, sócio-proprietário de software-house e profissões afins entre 1982 e 2008. Tive boa carreira executiva no Grupo Santista Bunge & Born, e também atuei por anos respondendo por toda a informática de uma empresa do mercado financeiro, líder continental em seu segmento. Nos últimos 18 anos de modo concomitante às atividades e estudos na área de espiritualidade, Jung, psicologia e PNL. Dou palestras desde 1990, e tenho formação em PNL desde aproximadamente 1995. Fiz várias formações a seguir. Durante muitos anos, tive profissão dupla (ou tripla, se contar as constantes viagens pelo país como palestrante), atuando durante o dia em informática e atendendo todas as noites e sábados para formar clientela psicanalítica e adquirir experiência. Consegui fazer a mudança de área sem prejuízos financeiros ou técnicos, e me orgulho disso, embora tenha sido bastante cansativo. Crianças, não tentem fazer isso na sala de casa, a não ser sob supervisão direta de seus sonhos e de sua parte adulta. :-)

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

Vc acredita no demônio e em espíritos demoníacos ou será que todos são espíritos ainda ignorantes? Conheceu o Príncipe deste mundo?

Sua pergunta embute mais afirmações suas do que busca sincera de respostas. Que príncipe? Que espíritos? Perguntas do tipo OU parecem mais querer que o interlocutor autentique uma das duas opções que nós previamente escolhemos como as aceitáveis. Minhas dúvidas são multifacetadas. Se as suas se resumem apenas a duas opções, talvez esteja em melhores condições de respondê-las por si só, dentro de suas crenças - que, parece, não compartilho.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

Estou com inveja de x por causa de y. Pronto, admiti. Estou livre do recalque e da projeção. E agora?

Ah, é? Simples assim? Nem sei pra quê estudei tanto. Você dá aulas? :-)

Estou todo atrapalhado na vida (tenho 34 anos). Não paro em um emprego por mais de um ano (há 10), não tenho muito tempo ou dinheiro e sou hiper-autocrítico comigo mesmo, sinto-me inferior e pressionado o tempo todo. Que terapia(s) poderia tentar?

Seu caso sugere, independentemente de quaisquer diagnósticos, uma dificuldade de relacionar-se consigo mesmo e com os demais. Inferioridade e superioridade só ocorrem a partir da comparação. O inferior se compara, e na verdade gostaria de ser maior. O narcisista, megalomaníaco e superior se compara também, e na verdade pensa ser menor, por isso cria a fantasia de grandeza. O Híper-autocrítico também se cobra porque exige um desempenho diferente dos demais. São todas psicodinâmicas oriundas da distorção da COMPARAÇÃO, que só ocorre quando há dois ou mais. Ou seja, os "relacionamentos" internos e externos estão distorcidos. Faz sentido para você?

Em um caso assim, qualquer linha séria com a qual se identificasse poderia ajudar. Até algumas não tão sérias poderia ajudar em casos assim. Algumas linhas são mais especializadas e eficientes em algumas camadas da psique, outras em certos casos, mas TODAS ELAS tem em comum aprofundar o relacionamento verdadeiro, no caso entre o analista e o partilhante. E relacionamentos sinceros, íntimos e constantes CURAM.

O partilhante / analisando / "paciente" não tem outro inconsciente para trazer para a sessão a não ser o dele mesmo. Por mais máscaras que tentasse apresentar ao terapeuta no plano da aparência / consciente, ao se aprofundar nas sessões estabeleceria também um RELACIONAMENTO, e nesse relacionamento inevitavelmente o seu inconsciente começaria a atuar, sem que ele percebesse.

EXEMPLOS: Alguém que não cumpre seus compromissos começará a faltar, ou a atrasar pagamentos, mesmo que não queria. Alguém que não valoriza os demais pedirá descontos que não precisa, ou tentará tirar vantagens no horário da sessão. Alguém mais refratário mostrará esse temperamento, mais cedo ou mais tarde, resistindo a análises óbvias. Alguém muito condescendente acabará concordando fácil demais com interpretações profundas e impactantes, às vezes como forma de não precisar praticar o que a análise sugere de mudança. Pessoas agressivas mostrarão isso, direta ou indiretamente, nos diálogos. E as que tentam levar a vida seduzindo, direta ou indiretamente, tentando ser agradáveis ou bonitas para se livrar das regras, acabarão fazendo isso também nas sessões - indireta ou diretamente. Dentre inúmeras outras possibilidades.

Os controladores e obsessivos são os mais óbvios de todos, já chegam nas clínicas psicanalíticas ou consultórios médicos querendo dizer o que tem que ser feito, tentando mudar as regras, descumprir, adiar, alterar frequências e pagamentos, discutir suas qualificações, explicar para o médico / terapeuta o que ele tem, fazer a interpretação / análise ANTES do profissional (vai que ele dizemos algo que ele não queira ouvir, né?). Os carentes tentam encerrar o tratamento a cada vez que você não dá minutos extra na sessão, ou quando não encontra horários de excessão, ou quando você desconstrói alguma de suas fantasias. O inconsciente está atuando o tempo todo na sessão, e se o analista está preparado para INTERPRETÁ-LO, as formações infantis acabam sendo modificadas, para melhor, refletindo também fora dali.

Psicanalistas e junguianos são reconhecidamente os mais treinados para identificar estas atuações transferenciais, mas mesmo que seu terapeuta não tenha técnica própria para manejo disso, a "terapia" precisará lidar com os efeitos disso. Se não há outro inconsciente para ser trazido à clínica senão o do próprio partilhante, o fato dele estar o expondo e trabalhando em sessôes contínuas e coerentes, onde suas regressões infantis não passam desapercebidas, faz com que este inconsciente se modifique e seja levado aos poucos para FORA do setting analítico. Se ele só pode trazer o inconsciente que tem, ele inevitavelmente leva da relação analítica um inconsciente contínua e progressivamente um pouco melhor.

Por fim, mas não menos importante, muitas vezes, a relação analítica é a PRIMEIRA relação verdadeiramente sincera e profunda que a pessoa tem na vida, em que realmente dedique horas olhos nos olhos para profunda compreensão e melhora de si mesmo a partir da interação a dois, e a primeira em que realmente esteja disposto a mudar. ISSO CURA. Isso coloca a pessoa em contato com o núcleo saudável de sua personalidade, que por si só já contém, nas profundezas da alma, os elementos da própria pessoa para a cura que ela mesma desejou ao nos procurar. Portanto, TODA psicoterapia séria, profunda e verdadeira funciona. Mesmo as mais superficiais e alientantes, que apenas focam em mudanças rápidas de comportamento e pensamento, sem aprofundar suas cauas. Se além de tudo isso for uma linha que consiga dar conta de seus transferências em sessão, tanto melhor.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Em qual religião começou sua iniciação espritual?Atualmente ainda segue alguma religião ou participa de alguma?

Sou católico de nascimento, batizado e crismado, toquei em muitas missas, fui membro de grupos de jovens - e, é claro, professor de catecismo.

Depois fui para a Igreja Batista, fascinado pela devoção com que se dedicavam ao Evangelho. Mas devido a outras "devoções" intensas, não fiquei lá por muito tempo.

Posteriormente, fenômenos paranormais que me incomodavam fizeram com que amigos me levassem para a umbanda, que na época me acolheu bastante. Mas como eu era mais mental e evangélico do que ritualista e simbólico, de lá fui rapidamente para o espiritismo "kardecista", o de "mesa branca", onde tive certa carreira meteórica como palestrante, dirigente, instrutor e coisas assim.

Mas como o CAMINHO não é o mesmo que um destino estático, acabei saindo para horizontes mais ecumênicos, universalistas e integrais, passando por Jung e integração de corpo, mente, alma e espírito.

Hoje me reencontro mais com a essência simbólica do catolicismo, muito além de todas as distorções históricas, dogmas, políticas e crendices populares atribuidas a ele. Descobri que meu "universalismo" rebelde, como o de muitos, aceitava TUDO de bom e de ruim, até mesmos religiões exóticas, sandices místicas e supostamente extraterrestres... EXCETO o meu próprio berço, não por acaso a religião de meus pais. Freud explica.

Que universalismo seria o meu se pudesse visitar a Ìndia, mas não Aparecida do Norte? Que valor ecumênico terei se souber sânscrito, chinês e interpretações literais do Baghavad Gitá e Tao Te King, mas APENAS para evitar perceber que a igreja de minha esquina TAMBÉM é casa de Deus e local sagrado de silêncio, oração e meditação, aberta a todos, e propiciando uma vida simbólica e ética para pessoas que não sabem escrever em línguas mortas distantes?

Aprendi muito no Seminário Paulopolitano, estudando Filosofia (da Religião) com os seminaristas. Aprendo muito e muito todos os dias no Arquidiocesano, tentando praticar a pedagogia amorosa de São Champagnat, e me encanto com o amor - sem demagogia - com que cada professor reconhece e leva a sério a sua missão EDUCADORA ali. E curso uma pós graduação em counseling (psicologia humanista, visando o sentido do ser) com padres, em uma instituição ligada à Psicologia da Universidade Gregoriana de Roma e à Escola de Formadores da Igreja Católica. Conheço padres e irmãos com enorme amor no coração, muitos missionários que levam vida de ascetismo em comunidades, muita gente amorosa que trabalha bastante em pastorais... E embora não tenha me tornado católico, nem abandonado tudo de bom que aprendi por esse caminho universalista, fico hoje me perguntando COMO nós espiritualistas ficamos tanto tempo tentando decifrar pérolas ou migalhas esotéricas em misticismos tão distantes (nada contra), mas não conseguimos olhar os PRÉDIOS enormes de amor e espiritualidade que estão erguidos bem ao lado de nós?

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

Lá em casa tem um poço, mas a água é muito limpa. o que vc entendeu nisso?

Há duas leituras possíveis. Dizem que havia um poço na casa, e o Renato, nas depressões movidas a cocaina, pensava sem se jogar lá. Mas achava que ele era imundo demais para a água límpida que havia ali, e que sua morte a turvaria.

Mas convenhamos, além do FATO, há metáforas psicanalíticas profundas nisso. Façamos uma leitura mais ANALÍTICA, sem julgarmos a "cor" da água real ou metafórica do cantor:

É uma obra que começa com "parece cocaina, mas é só tristeza", a melhor metáfora que já vi para a bipolaridade: Uma profunda tristeza gerando a máscara da mania e euforia. Ao pé da letra, podemos entender a depressão que vem da cocaina. Mas psicologicamente, ele diz muito mais. Diz que sua euforia não é a cocaina, mas a compensação de seu estado depressivo. Em outros termos, não é que a cocaina gere a euforia; ao contrário, a necessidade maníaca de compensar a depressão é que o leva à cocaina.

A música segue questionando os valores. Há tempos são os jovens que adoecem. Mas ele afirma seus valores, disciplina, compaixão, bondade. E demonstra ter dificuldade funcional em viver a partir deles. A letra é um requiém a uma vida focada em valores que ele não conseguiu administrar dentro de seu meio, afetividade, drogas, sucesso e condições. Não é coincidência ser, assumidamente, um namoro com o suicídio.

Nesse contexto, o que o levaria ao suicído "no poço" é, psicanaliticamente, a própria identificação com um poço interior. Note que não se trata de alguém tentando parecer bonzinho com uma sombra turva no interior. É justamente o contrário, alguém se desnudando em público, confessando suas fraquezas, pensando em desistir, porque não consegue administrar uas águas mais límpidas com a vida que traçou para si. Nesse sentido, a mensagem metafórica do poço é clara: Lá em casa (dentro dele), há um poço. Mas ele sabe que a água (emocional, valores) do poço é muito límpa. Por isso ele não se suicida. Não porque a água real ficará suja, mas porque ele, por mais que sofra, por mais que lhe acusem ou SE auto-acuse pela profundidade do poço de suas questões, o poeta tem ORGULHO de seus valores, da água límpida e profunda que pode lhe matar. Assim como não fazia sentido para o Renato Russo se jogar naquela cistena de água límpida do fundo do quintal, para não contaminá-la com a "sua sujeira", do mesmo modo ele desiste simbolicamente da idéia de se matar, já que ele tem orgulho de ser quem é, e inconscientemente percebe que não são seus valores que estão tão errados, mas sim a sua socialização. Daí a necessidade da euforia (cocaina) para encobrir a tristeza bipolar de existir.

Grande poeta. Grande exemplo de como a sombra psíquica pode, como dizia Jung, ser sublimada na expressão artística e poética. Registre-se que Renato Russo morreu de AIDS, uma doença que hoje não o mataria mais - e não de depressão. Ao contrário, a canalização poética da dor de sua depressão ajudou a dar oriente senso crítico para toda uma geração.

Lázaro Freire
Psicanalista Transpessoal
http://voadores.com.br/clinica

Lázaro, gostaria que você falasse sobre a Maçonaria, ou seja, qual o seu ponto de vista em relação a esta ordem?

Não faço parte, mas tenho grande simpatia pela ordem e aprendi a respeitar muitas pessoas de lá de dentro, especialmente meu "primo" Zé Rodrix e meu amigão Luis de Goiás. Evidentemente nenhuma associação é perfeita, uma vez que é também a soma de seus membros, mas vejo nesta bons valores e intenções, embora sua linguagem não seja necessariamente a de todos. Conheço desvios e críticas à maçonaria, ao catolicismo e ao espiritualismo, mas em geral sempre falam mais em condutas isoladas de membros do que dos valores maiores da instituição. Nesse sentido, acho muito válido que ainda sobrevivam instituições - diversas, sem entrar no mérito da preferência de cada um - que trabalhem por fraternidade, igualdade e liberdade, valores que por si não seriam desaprovados por nenhum homem verdadeiramente religioso, ético, cristão e/ou espiritualista, de qualquer confissão.

Creio como Jung que o homem precisa de uma vida simbólica, e pessoalmente que precisamos resgatar e disseminar valores. A maçonaria é uma das possibildidades disso, dentre outras. Hoje sou mais ecumênico, creio que todo caminho pode ser bom. Parece contraditório para alguns eu gostar tanto da maçonaria quanto do catolicismo quanto do espiritualismo, mas se entenderem de fato o que eu digo em relação à necessidade de uma vida simbólica e de valores éticos, compreenderão. Fico feliz que haja opções diferentes para pessoas diferentes.

Além disso, quando fui morar no Espírito Santo, membros da ordem me ajudaram bastante, sou imensamente grato. Tenho e tive pacientes que fazem parte, e posso atestar como psicanalista que todos eles eram pessoas que tentavam seriamente crescer como pessoas. Comungo de alguns valores e interesses, talvez nem todos, mas muitos deles, de modo que várias vezes ao defender meus ideais e pontos de vista já fui confundido com um, até que os devidos sinais deixassem claro que sou mais um "primo" (como o Zé Rodrix carinhosamente me tratava) do que um "irmão".

Láz

Mais sobre minha relação com o saudoso primo Zé Rodrix, mestre e palestrante maçon, em: http://www.voadores.com.br/site/geral.php?txt_funcao=colunas&view=4&id=353

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

sábado, 2 de abril de 2011

Quem abandona é saudável, dinâmico e encontrou-se. Quem não assimila isso é apegado, doente, precisa se tratar. A futilidade tem se tornado um parâmetro de normalidade e saúde?

De NORMAlidade, sim, pois "normal" é aquilo que se encontra distribuído estatisticamente numa curva de Gauss, ou seja, a média da população. Já SAUDável, não, pois o critério de salubridade é outro. Mas você usou "doente" em tom de metáfora, em uma mesma frase que usava saudável como critério mais formal. Aí as coisas ficam confusas. Ou usamos definições criteriosas, ou usamos metáforas.

Concordo com você que há pouca responsabilidade em alguns relacionamentos e seus términos. Não quero generalizar, mas acontece. Mas acontece também de haver, e muito, pessoas que também não respeitam a decisão e direito do outro de seguir o seu próprio caminho, quando de fato a relação não se torna mais possível. Cada caso é um caso, impossível fazer juizo com tão pouco. Aliás, mesmo conhecendo os casos a fundo e fazendo terapia de casal, evito fazer juizos morais. O que podemos fazer é ajudar cada um em seu processo, de preferência juntos SE os DOIS quiserem assim, mas também tendo maturidade para lidar com as perdas que, felizmente ou não, sempre fizeram parte da vida, de um modo ou de outro.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

A respeito de RAMATIS gostaria de saber oque acha de seus ensinamentos,como dieta vegetariana ,não consumo de bebidas alcolicas e fumos pelos terricolas e seu já leu alguma obra de RAMATIS pscicografada por NOBERTO PEIXOTO?

Gosto de algumas considerações de Ramatis, com ressalvas ao natural animismo de seus escritores. Se lerem BEM o que Ramatis fala em fisiologia da alma, ele NÃO impõe dieta vegetariana radical alguma, ao contrário do que muitos pensam. O que ele propõe é uma razoável SUTILIZAÇÃO alimentar, um esforço em que comamos coisas mais leves do que comemos hoje, seja lá o que for que comamos hoje. Ele sugere mais carnes magras para quem come as gordas, mais frango para quem come carne vermelha, mais peixe para quem come frango, mais ovolactovegetarianismo para quem come peixes, menos massas e ovos para quem é ovolacto... Ele fala de um ideal de sutilização, mas reconhece que isso não ocorrerá na Terra aos saltos. Acho bem razóável.

Lembro também das palavras de Cristo, de que não adianta lavar só o exterior do copo. E também as de Sai Baba, que lembra que alimentação satvica (equilibrada, harmônica, sutilizada) não é apenas o que se coloca na boca, mas também nos ouvidos, onde os pés tocam, as companhias que se escolhe, os ambientes e vibrações que escolhemos... Penso como Cristo e Sai Baba nisso: alimento é tudo o que trazemos do exterior para o interior, portanto pouco adianta tentar sutilizar a comida sem a contraparte interna.

Lembro também que somos onívoros (e não carnívoros ou vegetarianos), e que Jesus Cristo, segundo os evangelhos, multiplicava peixes e transformava vinho. E peixe não é exatamente um "vegetal"... ;-) As dietas propostas em Levíticos eram igualmente onívoras. Portanto, enquanto formos piores que Jesus, creio que esses dois alimentos podemos. Não é pecado uma carne leve e um pouco de álcool sem exagero.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Cara, porque voce trabalha taaaaanto????

Trabalho? Faço o que mais gosto na vida. E ainda compartilho.
Cara, porque voce não faz o meeeeesmo???

Além do mais, tenho meus projetos, e alguns deles tem tempo, outros pedem alguns prérrequisitos. Há oportunidades que não podem ser desperdiçadas, e contas que não podem deixar de ser pagas enquanto isso. Revelar detalhes de meus objetivos e prazos transcende o que venho expor aqui.

Mas estou muito bem, se é isso que quis perguntar. :-)

Ramana Maharshi dizia que o Samadhi era a experiência máxima, mas se uma pessoa se entregasse a Deus e confiasse Nele, mesmo sem buscar a experiência do Samadhi, no final daria na mesma coisa. Vendo por esse ângulo, o que pode-se dizer dessa afirmação?

"Então seu objetivo é o samadhi, dissolver seu ego, fundir-se com Deus? Você não acha que isso é uma meta bastante egoísta enquanto há TANTO trabalho para se realizar por aqui?" (Ramakrishna, para seu discípulo Vivekananda)

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

Em qual escrito de Tomás de Aquino dá indícios de professar a ideia de reencarnação?

Cara, você FAZ IDÉIA da extensão da obra de São Tomás de Aquino????????? Creio que nem ele tenha lido tudo o que escreveu, rs... Portanto, por se tratar de uma interpretação específica de alguém em relação a um trecho específico também (Aquino não era reencarnacionista, a princípio), sugiro que, como é de praxe acadêmica, pergunte a referência bibliográfica completa da fonte a quem fez essa citação / associação, e não a mim. Em sabendo do contexto em que ele disse "isso", que nem sei o que é ainda, então poderei concordar ou discordar.

Muito cuidado, porém, com quem pega trechos isolados sem compreender o método filosófico ou o contexto. Fazer isso em Aquino seria engraçadíssimo, porque muitas vezes ele desenvolve o argumento, o contra-argumento, a crítica a cada um, a síntese, etc. OU SEJA, ele simula TODAS as posições possíveis em um debate teológico, antes de chegar à sua conclusão. Se alguém pegou só um dos cinco parágrafos, em que ele defendia o argumento contrário ao que acreditava, e entendeu errado de que seria a posição dele, certamente terá sido um mico filosófico-teológico engraçadíssimo de quem o cometeu, rs. Mas não sei nem se isso foi o caso.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

O filósofo cristão Huberto Rohden falava que quem diz que Deus Existe é ateu! Pra ele, o mais certo seria dizer Deus É! O que você entende sobre isso?

Um jogo de palavras, dentro do contexto do que ele queria redefinir como "Deus", "Ateu" e "é". No meu modo de ver, olhando só a frase isolada acima e não a linha de argumento do Rohden (não sei qual foi), tudo está muito falacioso!

Eu diria que o fato de se afirmar que "Deus É" - o que até concordo, em um sentido platônico, ou seja, de Deus não carecer, Deus não conhecer, Deus não Amar, por não ter vazios - não implica que quem apenas DIZ que Deus Existe seja ateu.

Além do mais, ateísmo presume crença, e crenças são pessoais. Eu até comungo da CRENÇA de Rohden de que Deus seja pleno, um TODO, e que portanto não seja redutível a conceitos humanos como "existência". Então, eu e ele cremos que "existir" é teologia por analogia, e que isso é impreciso. Mas não posso chamar quem crê na teologia por analogia - São Tomás de Aquino, por exemplo - de "ateu" sem forçar bastante a barra.

Mas dizer que Deus "É" também não é lá muito preciso, e aí cairíamos, talvez, na teologia negativa. Se é impossível dizer o que Deus "é", inclusive que ele seja existência, ou que ele simplesmente "seja", talvez a teologia possível seja discernir aquilo que ele não é: http://pt.wikipedia.org/wiki/Teologia_negativa

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

Gosatria de saber na sua opnião quias são os principais fatores que causam depressão?

Depressão é multifatorial, não dá para associar causas de um modo assim tão determinista. Há componentes emocionais, e/ou ambientais, e/ou circunstanciais, e/ou afetivos, e/ou sazonais, e/ou hormonais, e/ou psicanalíticos / educação / infância, e/ou neurológicos, e/ou talvez hereditários, e/ou comorbidade com causas orgânicas... dentre várias possibilidades/