sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Num caso de depressão leve, onde há muita tristeza, muito choro e negatividade (parcialmente justificável) mas ainda é possível trabalhar e levar o dia a dia, você acha que há necessidade de medicação? Estou cansada de ser triste todo dia.

Quem disse que a depressão é leve ou pesada, e por qual critério? Há um diagnóstico e acompanhamento médico/psicológico? Se não há, como dizer os limites e intensidade de sua depressão? Lembrando sempre que uma das coisas mais traiçoeiras sobre doenças psíquicas é que elas, por definição, quase sempre alteram o juizo do doente sobre seu próprio quadro e sintoma. Assim como não é quem bebeu que pode dizer se está apto ou não a dirigir, do mesmo modo as avaliações psicológicas alheias costumam ser mais seguras do que as nossas. O que as pessoas que gostam de você estão lhe dizendo (ou diriam) sobre seu quadro e comportamento? E os profissionais?

Se você tem MUITO choro e negatividade, pode ser que esteja deprimida. A questão é quanto isso lhe incomoda, que prejuízo isso lhe traz, e há quanto tempo está nisso. O sofrimento é proporcional ao motivo? Até que ponto ele está cumprindo a função da tristeza, que é de realizar um certo luto e reavaliação para não incorrer nos mesmos erros passados OU para renovar forças para o novo período? Ou ele já passou do ponto, e tornou-se um ESTADO de ser, já recursivo? O que você tem feito para mudar? Não dá para fazer uma avaliação por aqui, mas faça a você mesma essas perguntas, lembrando que TRISTEZA pontual e justificada não é o mesmo que DEPRESSÃO, que já envolve um certo estado de consciência, um HUMOR "deprimido", uma falta de motivação generalizada.

Sou completamente a favor de medicação quando a medicação é necessária, e sou completamente contra medicação quando medicação não é necessária. Parece óbvio, mas poucos seguem essa regra, que implica em atentar para o fato de quem define a NECESSIDADE de MEDICAÇÃO são profissionais especializados - e nunca um amigo, nem uma ginecologista, nem um clínico geral, e MUITO MENOS a própria pessoa!

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

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