segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Vc utiliza o tarot?

Para adivinhação, você diz? Não.

Mas uso para estudos arquetípicos, mitos, sonhos e símbolos. Junguianamente. São excelentes representações de situações arquetípicas do inconsciente coletivo. Vários pacientes relatam sonhos arquetípicos, que batem com situações representadas nas lâminas, mesmo que não as conheçam. Importante dar conhecimento a ele, e ver com que aspectos dos mitos associados ele se identifica mais. Acaba sendo uma forma de amplificar a associação livre dele, já orientada por uma seleção prévia de seu próprio inconsciente.

Tenho também, extra clínica, um grupo de estudos e práticas associada a paganismo, jung, tarot e rituais. Eu e a Liege Campos (bruxa e junguiana) o coordenamos. Ali trabalhamos o tarot de um outro modo, mais ritualístico e vivencial, um por encontro, inclusive com dinâmicas, quase como estágios iniciáticos de uma jornada de auto-desenvolvimento.

De todo modo, aquele tipo de uso de tirar a carta para saber se a pipoca do microondas vai estourar em 4 ou 5 minutos, se um romance de verão vai dar certo ou não, se meu chefe vai gostar de mim ou não, não uso. É possível, talvez, mas acho que isso é subutilizar e vulgarizar demais uma ferramenta muito maior. E, convenhamos, esse uso fica totalmente desnecessário para quem faz terapia séria semanal. Afinal, o tarot no máximo faria a pessoa refletir nas origens e possibilidades de seus (próprios) "problemas". Pode ajudar a refletir sobre o inconsciente, mas não deveria ser maior do que nossa própria reflexão e atitudes.

Conheço algumas tarólogas sensacionais, mas são antes de mais nada excelentes pessoas, com uma grande capacidade de empatia e de leitura de psiques. São acolhedoras, aconselhadoras, inteligente emocionalmente. No fundo, portanto, seu tarot é só uma ferramenta intermediária. É a boa taróloga quem percebe inconscientemente os motivos por detrás das perguntas, e dá às cartas uma melhor interpretação. Ou seja, o tarot serve como uma terapia rápida e popular para quem não faz. Mas não substitui, a meu ver, um trabalho junguiano ou psicanalítico mais profundo.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

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