quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Como diferenciar aquilo que é questão a ser trabalhada (com possível resistência) e aquilo que é simplesmente divergência filosófica entre analista e paciente?

Com interpretação, oras. Até porque, o paciente não está ali para concordar ou divergir filosoficamente com o analista. Acreditar que se trata de um embate intelectual já pode ser um mecanismo de defesa, tanto da divergência mas até mesmo na concordância. Conheço pacientes que "resistem" concordando com tudo, quase aplaudindo a interpretação, tentando dar um ar acadêmico. É como se dissessem para si mesmos que, por terem concordado, por terem um "bom" analista, não precisariam se transformar. Em geral, estes são OS MESMOS que mais adiante na análise entrarão em resistência igualmente "intelectual". A "racionalização" é um mecanismo de defesa documentado, e é indiferente quando essa se instaura de forma positiva ou negativa.

Provavelmente o analista lhe mostrará seu mecanismo, sua disputa intelectual, ou até mesmo lhe apontará pessoas (pai, irmão) internalizadas, com (ou contra) as quais o embate está se dando. Ou seja, o paciente PENSA QUE está num colóquio intelectual com seu analista, e que com isto está fugindo do comprometimento com a análise, mas na verdade pode estar repetindo a disputa intelectual fictícia que tinha com o pai, com o irmão ou com alguém; OU tentando se isentar da ação fora dali (se já sei em detalhes o que é meu câncer de pulmão, posso continuar fumando; ou como o endocrinologista gordo).

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

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