sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Antidepressivo causa disfunção erétil ?

Hummmm... Em termos, isso é muito relativo.

1) Se está falando de Inibidores Seletivos da Recaptura da Serotonina, alguns deles podem reduzir as compulsões que temos como artifício para lidar com a baixa serotonina. Quaisquer compulsões, ou seja, alimentares, sexuais, tiques, atos ritualizados... Portanto, podem diminuir a parte COMPULSIVA do sexo, não necessariamente a libido normal. Acontece que todos reclamam de comer em excesso, brigar em excesso, ter manias em excesso, mas acham saudável e até feliz os seus feitos e exageros sexuais.

2) Por outro lado, esses mesmos medicamentos são ótimos para ejaculação precoce. São uma das indicações. Há uma tendência de menor excitação exagerada, além de uma maior tranquilidade. Dependendo da dinâmica sexual da pessoa, e até da idade, isso pode ser bom ou ruim. Se a pessoa normalmente tem boa ereção e grande desejo, pode ser que o "antidepressivo" (nome muito genérico) até melhore em muito a qualidade de sua vida sexual. Já para uma pessoa que tem dificuldades de ereção e pouco desejo, pode atrapalhar. Cada caso é um caso.

3) Há alguns Inibidores da Recaptura da Serotonina que são menos indicados para quem tem suspeita de transtorno bipolar, por poderem induzir manias (excessos) em quem tenha tendência, desenvolvida ou não - por exemplo a fluoxetina e a sertralina. Outros, como a paroxetina e o escitalopram, parecem (na minha clínica) gerar menos queixas de virada maníaca, tendo mais efeito serotoninérgico sem riscos de compulsão. Pois bem, na minha (pequena) amostragem clínica, me PARECE que os da segunda categoria geram mais queixas de perda de "performance" sexual, mas por outro lado não tem o risco de virada maníaca.

Por fim, note que diminuir a libido, especialmente a compulsiva, não é o mesmo que "causar disfunção erétil". E evidentemente, em se tratando de medicamentos que só são vendidos com prescrição médica, de preferência o especializado (psiquiatra), o mesmo deve ser consultado, para avaliar (em conjunto com o psicanalista, se houver um) quais as medicações mais adequadas para a pessoa de modo a não haver riscos físicos e psíqucis, mas também não os prejuizos afetivos e sociais.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

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