quinta-feira, 7 de julho de 2011

Gostaria de saber sua opnião a respeito de livros que difundem a ideia que possuem espiritos demoniacos ou magos negros e que se alimentam da nossa energia ???

Não tenho motivos para acreditar ou desacreditar, mas me parece que há muita mitologia em tudo isso. Acredito no transcendente e metafísico, mas ando muito mais ocupado em viver a minha vida BEM, aqui na Terra mesmo, bastante atento ao EU-AQUI-AGORA, fazendo o melhor que eu posso fazer, seja para mim, seja para os demais. Assumo que o que não posso ver, não posso ver. Que o meu passado pode ser deduzido pelo meu presente, e que meu futuro também. Há inúmeras estações de rádio e TV me atravessando AGORA com suas ondas, algumas com mensagens bem violentas, outras de péssimo gosto... mas eu só sintonizo aquela que EU quiser.

Para mim, estudar assuntos espirituais não é o mesmo que ser espiritualizado. Já gastei muito tempo na vida contando quantas pétalas cada sub-chacra tem, segundo não sei quem. Tudo isso é muito bacana e interessante, mas não necessariamente faz você viver melhor. Ao contrário, muitos que citam tudo são arrogantes e não conseguem sequer estabelecer vínculos afetivos, sociais e profissionais normais.

Hoje acho mais espiritual atender pessoas na clínica, envolvido no dia a dia com a vida delas, e tratar amorosamente alunos do ensino médio, levando-os à uma reflexão filosófica. Sinto que minha vida se completa assim, que fez diferença eu ter passado pela terra, coisa que nem sempre sentia ao demonstrar para platéias do Brasil quantas palavras em sânscrito eu sabia, ou contar "fofocas" do lado de lá.

Qualquer sintonia que eu atraia será decorrência de minhas atitudes. Alguns fundamentalistas me ameaçam dizendo que eu devo estar obsediado, já que não é possível viver feliz assim sem pagar tributos espiritualistas. Onde já se viu, estudar em seminário e dar aulas em colégio cristão? Onde já se viu, dar palestra em congresso ocultista? E depois ainda passar pela tenda de umbanda, no mesmo dia em que rezava com amigos na igreja do colégio por um professor que está doente? Onde já se viu, gostar de tudo e não ser possuído por grupo nem mestre nenhum, e ainda se recusar a ser mestre dos demais?

Bem, juro que eu nunca queimei nenhuma bruxa - ao contrário, muitas vezes viajo a Salvador para celebrar com elas. Nunca vi ninguém em nenhuma dessas religiões se reunindo para fazer o mal para ninguém. Em grupos umbandistas, católicos, espiritualistas, iniciáticos, budistas, maçons, de bruxaria tradicional, qualquer agrupamento sério que conheci ou frequentei, só encontrei gente tentando CRESCER, tentado REFLETIR, tentando de algum modo serem ÉTICOS. Toda religião faz o bem, TODA, e aquilo que não faz não é mais a religião, é a doença de alguém, que ocorre dentro ou fora de qualquer religião ou denominação - e, a bem da verdade, ocorre mais ainda FORA da religião.

Portanto, agradeço a preocupação dos católicos que acham que vou pro inferno pois me dou bem com espiritualistas e ocultistas, das bruxas que não entendem como posso me dar bem com os católicos, e dos espiritualistas que acham que estou obsediado ou traindo-a-espiritualidade (a deles) por ser livre e feliz. Deus está em meu coração, meus atos falam por mim, SÓ EU SEI das experiências mais íntimas que experiencio. Qualquer sintonia que daí advenha será baseada única e exclusivamente nos meus atos. Paraíso, astral, protetores, o que for que exista, o que vejo e principalmente o que não vejo.

Então, voltando à sua pergunta... Talvez. Costumamos mesmo encontrar o que buscamos. Dizia o Zé Rodrix que a morte é a coisa mais democrática que existe, pois quando ela chega TODOS se acham certos: Quem não acreditava em nada encontra o nada, quem aguardava julgamentos ficará aguardando julgamentos, quem se sente culpado de tudo encontra o inferno expiatório que tanto desejou, quem acredita em nossos lares esterizados cristãos com violininhos e fontes insossas encontra exatamente isso, quem é de umbanda vai pra aruanda... Seguindo essa lógica, eu sou feliz e vivo o aqui-agora, da melhor forma possível. Não desrespeito as supostas forças trevosas invisíveis, mas jogo em outro time, e prefiro atuar no visível. Se alguém trevoso resolver fazer um estágio comigo, invisivelmente, encontrará alguém feliz, amando, trabalhando, estudando. Talvez quem sabe ele melhore um pouquinho em minha presença? ;-)

As consequências disso tampouco me preocupam muito. Só um pouquinho, mas prefiro estar mais atento ao presente. Se eu for mandado para um lugar onde só tem harpa, tentarei conseguir um sintetizador para compor um clima new-age e melhor um pouquinho aquela paradeira toda. Se não der, toco a tal harpa, da melhor forma que eu puder. Um ditado de grande sabedoria nesse sentido é "está no inferno, abrace o capeta". Se eu estiver por lá, nos caldeirões, pedirei uma chopp gelado. Tenho certeza de que o diabo me dará, depois que eu contar umas piadas ótimas para ele. E se eu fizer o inferno feliz, e se o outro fizer do céu um lugar triste, prefiro o primeiro, onde até o capeta poderá se iluminar. A diferença é que penso que isso já se aplica ao momento presente. Céu e inferno faço onde estou.

Se há alguém se alimentando de sua energia agora mesmo, e você não vê, e ainda assim é feliz, para quê tanto egoismo? Se não me prejudica em nada, que eu devolva para o universo aquilo que o universo me deu. MINHA energia? Onde foi mesmo que eu a fabriquei?

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

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