sexta-feira, 30 de abril de 2010

Quais são as características de um vício? Fumo maconha cerca de 2x por semana. Trabalho, estudo, tenho amigos, religião. Nenhuma característica de um viciado em maconha se aplica a mim. Por fazer uso de algo que pode viciar, já sou considerado vicia

Pergunte-se se Você PRECISA fumar as 2x por semana? Poderia ficar um mês ou dois sem fumar? Tem comportamento automatizado de fumar sempre que ocorre determinado fato, comportamento, momento, companhia ou estado de espírito? Vale para a maconha, álcool ou qualquer outra substancia química que provoque alteração cerebral-metabólica-psíquica-fisiológica.

Maconha é muito menos prejudicial e alucinógena do que daime, por exemplo. E seu caso parece menos grave, do ponto de vista neuroquimico, do que o de uma pessoa que PRECISA beber um chopp ou cerveja todos os dias, mesmo que em pequenas quantidades e lugares fechados. Conheço mulheres respeitadas, profissionais exemplares, que são mais viciadas que você, pois elas PRECISAM beber de uma a três inocentes latinhas de cerveja TODOS OS DIAS ao chegar em casa. Se irritam quando ficam sem. E em certas ocasiões sociais, certamente passam dessa dose. São alcoólatras, embora raramente sejam
vistas bêbadas ou em botecos.

Os três problemas principais que vejo na maconha não são tanto psíquicos ou neuroquimicos. Mas não deixam de ser importantes:

- Maconha é ilegal no Brasil. Você se associa ou patrocina o crime ao usar. E corre riscos também. 

- Além do mais, pertencer ao grupo de usuários, traficantes e consumidores clandestinos faz você sr associar a uma contra-cultura, e tem que se identificar (desnecessariamente, se não for vício) a uma série de pessoas, valores, idéias e comportamentos que não precisam ser os seus. Torna-se quase uma contra-religião. Não acho isso bom.

- Maconha infelizmente é controlada pelo narcotráfico. Corre sangue e injustiça em cada beck que se acende. O usuário inocente é o único patrocinador disso tudo. É por causa dele que o crime se instaura, que o poder nos morros aumenta e mata, que as armas são
compradas, que as instituições se corrompem. É muito karma desnecessário por causa de um barato. Então a pergunta não é se pode, mas sim PORQUE tem que fumar?

- Maconha não tem produção controlada. Não se sabe o que é misturado, não há compromisso com a saúde pública ou interações medicamentosas. Relata-se que há canabbis circulando com enorme concentração de THC. E, pior, com mistura de outras substâncias químicas, para os mais diversos fins. A maconha industrial e criminosa que se fuma hoje não tem mais nada a ver com o baseado natural e alternativo da geração hippie dos anos 70. 

- Há estudos que demonstram que, em cercande 1% dos casos, o uso de maconha favorece o quadro de esquizofrenia. O que é obvio, devido à dopamina. Parece pouco, mas 1% de todos que fumam já são milhões do mundo, e dezenas de milhares no Brasil. (o mesmo risco de aplica à ayahuaska). Nessa escala, passa a ser
problema de Saúde Pública.    

- Há relatos recorrentes de perda de memória e dificuldade de concentração (lógico-matemático-racional) após uso
continuado de maconha e daime, especialmente a primeira. Não são lendas. Não sabemos se ocorrem em todos, mas ocorre em muitos, e não é difícil
constatar empiricamente. Há casos demais para serem desconsidarados, quando é o próprio "neurônio" que está na reta. (pra não dizer outra coisa, hehehe)

Laz, via iPhone

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

Nenhum comentário:

Postar um comentário