segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O que você pensa da história do negro pós abolição e a atual luta por politicas públicas reparadoras como as cotas nas universidades?

Não vejo a humanidade separada por cores ou cotas, e não creio que segregações de sentido contrário sejam "repadadoras", ao contrário. Não gosto quando vejo tratarem negros, nordestinos, homossexuais, moradores de periferia ou qualquer outro grupo discriminado como "coitadinhos"; e gosto menos ainda quando vejo os próprios discriminados não só adotando esse discurso como "reinvindicando" seus "direitos" como condição minoritária, implorando por suas esmolinhas, iludidos por supostamente estarem "levando vantagem" sobre quem já levou vantagem em outros tempos (onde a maioria nem era viva). No fundo, tudo baseia-se em quem leva vantagem sobre quem.

Acho isso uma sacanagem, uma outra forma de manipulação do "dominante" sobre o "dominado", e ainda exigindo que o outro não só seja rotulado, como que assuma o tal rótulo e ainda reinvindique sua cota de farinha para sobreviver. Tudo vem muito sutil, "oferecendo" paradas gays, dias da "consciência negra" ou "cotas em universidade". E os auto-entitulados minoritários não notam que foram escurraçados para um gueto, que precisam aceitar um rótulo prévio, para que só lá e assim possam existir. Porque a condição sexual de alguém ou sua cor de pele precisa ser transformada em uma bandeira política das minorias? Deveriam os heteros ou os brancos afirmarem suas condições também? Não notam as tais "minorias" que estão sendo mais uma vez discriminadas, sob o disfarce de uma melhor compreensão? Isso tudo me soa muito ao estilo do que faziam com os judeus na Polônia... Assumam-se tal para serem melhor identificados e ajudados. Havia até uma "cota de cidade" para eles. Deu no que deu.

Acredito SIM em políticas públicas, sou crítico em relação a um neoliberalismo insensível. Mas políticas públicas na medida do possível igualitárias, que visem dar mais condições a todos, sem depender de uma comparação prévia ou necessidade forçada de "inclusão". Quem se compara ao outro é, no mínimo, infeliz. Lutem para que tenham condição de ser melhor do que VOCÊS MESMOS, independente da cor de pele, origem, sexualidade ou religião. Para que tenham ensino público de qualidade, e não essa mentira neoliberal pública do estado de São Paulo, que não permite que filhos de pobre entrem na universidade pública sem "cota" - não porque são negros ou pobres, mas porque já foram segregados ANTES, numa escola que não reprova (coitadinhos, já são pobres ou negros, vão ser reprovados também?). Para que possam ter senso crítico para não ser TÃO ENGANADOS assim a ponto de comemorarem um biscoitinho canino eventual disfarçado em um dia ou um percentual, DESDE QUE se assumam como "menores" (minoria) que os demais. Para que tenham condições de conseguir o que querem e podem COMO SERES HUMANOS, que fazem as suas próprias escolhas, e que podem entrar em qualquer lugar pela porta da frente. Onde cada um vai chegar sendo melhor que ele mesmo, já é escolha de cada um.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

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