sábado, 8 de maio de 2010

não vejo a bíblia mais cmo um livro histórico, tirando algumas partes simbólicas muito interessantes. agora se apegar esse ou aquele livro para defender uma crença não limita o seu poder de julgamento?(não me refere a ng em especial, ou sim hehe)

Sem contar que o Velho Testamento não passa muito de um relato mitológico e protohistórico de uma cultura específica de um povo e culto em particular, dentre inúmeros que haviam no deserto e no mundo. Se ganhou destaque é porque poucos povos registravam tanto seus mitos e leis assim por escrito. Onde houve registro claro, houve religião de povo escolhido que se impôs, vide hinduísmo também. Parece que os "deuses" criaram o mundo ao mesmo tempo, sempre nos rios de quem conta a história. 

Curioso que, embora se pretendam antigos, esses livros todos - velho testamento, Maha bharata, etc - foram escritos entre 2000 e 1000 AC, época em que também ocorre a fuga histórica dos judeus do Egito. Os relatos tenta. "contar" coisas de milênios antes, como de tivessem sido escritos por contemporâneos dos "fatos". E tanto a bíblia hindu quanto a mitologia judaico-cristã tem páginas repletas de sangue, guerras contra povos infiéis, derrota de "gigantes", exaltação dos feitos dos "heróis"... Tem pouquíssimo valor religioso-espiritual, do modo que tomam ao pé da letra. Mas é uma mitologia e simbologia interessante. Serve também como coletânea de contos, mitos adaptados (diluvio, Jonas na baleia, etc), crendices, "profecias", provérbios, indícios históricos. É um documento histórico, a ser investigado dentro do contexto de seu tempo e capaz de revelar muitas superticoes e costumes da época - e não um registro histórico, fonte de autoridade, referencia para se viver hoje ou até mesmo palavra literal de Deus (risos) ou manual de instruções como tomam.

Já os evangelhos parecem ter algum valor filosófico e religioso, em um sentido mais universal. Seja real ou mitológico, Jesus parece um personagem bem interessante, e sua verdade é crítica, espiritual e atual.

Já as cartas, escritas depois e cheias de regras para as igrejas, são novamente apenas documentos; e seus autores JAMAIS as escreveram para que fossem tomadas como a própria Palavra de Deus ou berradas na TV como regras limitadoras e repressoras de DEUS para o homem contemporâneo. Creio que os próprios apóstolos tomariam isso como uma gigantesca heresia.

Portanto, da Biblia se salvam os evangelhos, com ressalvas e cuidados de interpretação. Os demais livros são registros histórico-culturais, com muitas coisas interessantes, mas não deviam jamais constituir teologia literal.

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