domingo, 2 de maio de 2010

onde fez formação em psicanálise? pq se diz psicanalista? é junguiano então é faz terapia de base analítica e não psicanálise. O que acha?

1) Em São Paulo, no Instituto Brasileiro de Transpsicanálise, formações em Psicanálise Transpessoal e Psicopatologias; atualmente faço análise com a Aracelli Albino, presidente do Sindicato de Psicanálise de SP, diretora do NPP, onde pretendo fazer complementações. Estudo também com o winnicottiano Gilberto Safra, em todos os Profocos e alguns LET's. Frequento congressos de Filosofia Clínica com o próprio Lúcio Pakter, fiz análise com Andre Keppe, filho de Norberto Keppe fundador da psicanálise integral. Tenho também formações livres em Jung e PNL, bem anteriores a isso.

2) Risos... Talvez por eu ser psicanalista? E por trabalhar com psicanálise, método psicanalítico, setting analítico, transferências, associações livres, sonhos, ferramentas de Bion, Freud e Winnicott?

3) Sou Junguiano? Sou Freudiano? Sou Nietzchiano? Sou Kantiano? Sou Hegeliano? Sou Winnicotiano? Sou Lacaniano? Sou Heiddeggeriano? Defina-me, porque já li esses autores e peguei deles várias contribuições. Qual significante SEU você "acha" que EU deveria usar para que VOCÊ ficasse em paz com o MEU trabalho, que vai muito bem lá no meu setting analítico?

4) Jung era psicanalista, foi inclusive presidente da associação internacional antes dele e Freud romperem por questões menores. Freud fazia terapia de base analítica. Etimologicamente, "Psicologia Analítica" quer dizer A MESMA COISA que sua forma sintética, "Psicanálise".

5) Acho de uma infantilidade sem tamanho - incompatível com a prática clínica - essa briguinha boba entre os grupos freudianos ortoxos, heterodoxos, junguianos originais e novas associações junguianas. Se você fez formação com tal autor, está proibido de usar uma contribuição do outro. Ridículo, parece coisa de religião - ou de gente insegura que lê pouco e que ao invés de se ancorar com aquilo que estudou, tenta atacar aquele que estudou algo diferente ou um pouco mais. Quem tem consultório cheio e formações suficientes não tem tempo para esse conflito de siglas e ortodoxias, como se a psique do paciente tivesse que se dividir de acordo com as neuroses e significantes dos que brigam pelo poder nos principais institutos formadores. Mesmo no meio winnicottiano, há quem saiba que estudo com o Safra e aí dizem "ah, então não é Winnicott oficial". E vice-versa. Prefiro nem comentar, mas registre-se que ouvi mais isso de estudantes inseguros do que de verdadeiros profissionais competentes e tranquilos com sua prática clínica.

6) Não uso o termo do Jung, "psicologia analítica", porque no Brasil a palavra "psicologia" é reservada aos psicólogos. Assim como não devem dizer fazer "medicina" alternativa. Psicanálise quer dizer a mesma coisa, e como tenho formações em psicanálise, uso método psicanalítico, faço psicanálise e "por acaso" sou psicanalista, achei que poderia. Parece que o grande problema foi apenas eu ter estudado muito de Jung. Isso incomoda a turma da divisão, gente que ainda está com a cabeça numa briguinha de egos dos dois por volta de 1920. O que ocorre é que freudianos imaturos odeiam e rejeitam jung, junguianos e suas nomeclaturas; e junguianos imaturos odeiam freud, freudianos e suas nomeclaturas. Não tenho o menor interesse em me manter nessa criancice de 90 anos atrás. Quando meu paciente descreve um sonho que claramente tem elementos de ânima e sombra, não vou me esquecer do que estudei só porque ele me contou no divã.

7) Por fim, Winnicott é muito mais "herege" do que Jung, mas é considerado como psicanálise. Isso apenas porque não viveu no tempo de Freud, e portanto não foi excomungado da psicanálise pela santa inquisição ortodoxa.

Acho tudo isso muito compreensível, se analisarmos a mentalidade e dificuldades da época do início da psicanálise. O QUE NÃO DÁ PARA TOLERAR é gente pequena, 90 anos depois, tentando regular a clínica e formação alheia por causa de suas próprias limitações.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

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