domingo, 20 de fevereiro de 2011

Lamento dizer que o Lúcio Packter nunca está em Porto alegre e que já fiz terapia com um filósofo clínico aqui. A coisa é bem fraca. Em 3 meses para mim foi a mesma cisa que conversar com uma amiga, nada tarapêutico. Ele cochilava ás vezes. Decepção.

Bem, psicanálise não é para todos, filosofia clínica tampouco. Indiquei o Lúcio e seu Instituto porque me PEDIRAM Filosofia Clínica e em Porto Alegre. A escolha já havia sido feita. Mas note que EU não trabalho com Filosofia Clínica, e sim com Psicanálise Transpessoal. E em meu cartão está Clínica Filosófica, e não Filosofia Clínica, exatamente porque compreendo que podemos (e devemos) utilizar Filosofia na prática clínica, mas não necessariamente com as mesmas ferramentas e escolhas do Lúcio, que também são boas, mas são as dele. A filosofia é muito maior do que só isso. Eu uso outros autores e pressupostos, mais kantianos e heiddegerianos por exemplo, e ainda assim é filosofia - só que com técnica clínica de psicanálise. Mas não é a Filosofia Clínica de Packter, embora eu também aprenda com ele.

Concordo que Filosofia Clínica, embora seja uma proposta interessante, ainda precisa se desenvolver mais especialmente na questão de experiência clínica, contratos, e lida com a transferência. Digo isso porque já frequentei seus congressos nacionais, e vi como há dúvidas que são básicas em outras modalidades terapêuticas, que a psicanálise já resolveu há décadas, e que para eles ainda é muita novidade, sem documentação de postura adequada para o terapeuta. Também creio que, do modo que é proposto - analista trabalhando e escrevendo horas antes e depois de cada sessão - fica quase inviável.

Quanto a analistas cochilarem, isso daria um tratado. No técnica freudiana clássica, não seria um erro, já que ambos deveriam estar neste estado de atenção flutuante. Mas concordo que é estranho, até porque raramente o analisando / partilhante está neste estado "alpha" de deixar falar via devaneio. Como às vezes dou aula das 7 às 12 e ainda atendo das 13 às 22, segunda a sábado, resolvo essa questão de um jeito mais prosaico e pragmático: Há SEMPRE uma garrafa e caneca de bom chá Twinnings inglês do lado, com a cafeina necessária. Gauchos poderiam usar chimarrão, rs.

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