segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Você acredita, como psicólogo, que é possível não envolver suas crenças e juízos de valor no processo terapêutico?

É impossível anular o meu inconsciente, mas há técnicas para identificar e TRABALHAR a transferência e a contra-transferência. Essa é, aliás, a grande diferença da psicanálise para todas as outras técnicas. Não há psicanálise sem transferência - e seu manejo.

Infelizmente, muitas outras boas técnicas de psicoterapia, psicologia e principalmente "terapias" (alternativas, não acadêmicas, espiritualistas,etc) sucumbem justamente aí, acreditam (indevidamente) que ser "terapeuta" é dar conselho, ou interpretar o simbolismo alheio a partir da própria associação, crença ou julgamento. As consequências são desastrosas, por motivos transferenciais.

Por fim, não sou psicólogo, sou psicanalista e filósofo de atuação clínica. Não é a mesma coisa! E muda tudo, especialmente em relação à sua pergunta, uma vez que filósofos são treinados para lidar com a alteridade, e psicanalistas com a transferência - ao passo que muitos terapeutas, infelizmente, se perdem nas próprias inferências, julgamentos e "modelos prontos", enxargando o outro da mesma cor dos óculos escuros que usa.

Fala que eu te escuto... Pergunte-me qualquer coisa:

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